sexta-feira, janeiro 18

Estereótipos fatais

Apercebo-me agora da triste realidade da sociedade. Nunca fui de seguir as tendências e hábitos dos meus amigos, quanto mais dos meus conhecidos. Nunca olhei muito a marcas e procurei sempre poupar os meus pais a grandes encargos para andar no último grito da moda. Se andei adormecida este tempo todo? Não. Desejei mais que tudo muitas das coisas que passaram pelas mãos daqueles que me são próximos e que agora nem se lembram delas porque caíram no desuso natural que a moda sofre; como vem também vai. Foi assim que me educaram aqueles que ao longo da vida construíram um vasto património como podiam, da poupança do trabalho árduo que ao longo dos anos foram exercendo. Desde nova que me ofereceram mealheiros em vez de grandes brinquedos, e me explicaram que o amor e o carinho está nos abraços, beijos e nas coisas simples que podemos fazer por alguém. Felizmente ouvio-os, e no último mês tiver prazer de poder fazer umas pequenas estravagancias, com o meu dinheiro, que me custou a poupar. Triste sociedade aquela em que vivo, que enquanto as vacas foram gordas andaram no último grito da moda e que agora não sabem para que lado se virar. A crise é uma coisa grave que nos afecta a todos, inclusivé o meu mealheiro que perde valor a cada subida da taxa da inflação. Mas penso que afecta mais aqueles que não souberam abdicar dos luxos que a sociedade obrigou a ter aos fracos de espirito, que não abdicaram do estereotipo do "betinho com dinheiro" enquanto foi tempo.
Hoje eu percebo que isso faça toda a diferença. Os amigos são mais quando mostramos que estamos a par da evolução da actualidade? São. E eu que o diga. Mas se são melhores? Os que realmente tenho assumido como verdadeiros, estão cá, independentemente de andar rota ou com ultimo grito da moda. E isso? Isso é que é de valor.


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