quarta-feira, março 6

Tenho um amigo...


Conheço uma pessoa a quem dou valor. Não sei se lhe chame amigo, porque apesar de o considerar como tal há uma certa barreira entre a palavra e a realidade. Acho que todos nós sentimos isso por alguém: sentir que podemos depositar toda a confiança nessa pessoa sem que no fundo achemos que ela o vai fazer connosco também. É uma espécie de energias positivas que nos conduzem ao outro, sem que no fundo saibamos se têm ou não retribuição. E como no fundo eu acho que a amizade é uma equação onde duas pessoas dependem do valor uma da outra, talvez seja melhor dizer que é só um colega. Bem, chamem-lhe o que quiserem.
Essa pessoa é diferente; é especial. É especial no sentido de ter uma postura ética que vejo poucas pessoas da minha idade ter, especialmente quando se fala do sexo masculino. E aqui não há sentimentos a falar por si - cheguem para lá essas bocas mal falantes e podem deixar os filmes para quem os sabe realmente fazer -: há admiração. Sinto muito que muitas pessoas sejam estúpidas ao ponto de não verem o óbvio (na verdade vêem, mas a inveja é muita e dá nisto.. mas foi só um aparte). Na verdade, ele sabe adequar todas as suas atitudes às circunstancias conseguindo nunca ficar mal visto, transmitindo sempre o seu ponto de vista oposto sem ferir susceptibilidades. E isso nos dias de hoje é raro. Dar opinião é sinónimo de criar a uma guerra pegada para ver quem consegue manter por cima a sua ideia e ter a capacidade de manter uma postura ética que agrade a todos, conseguindo aliar isso a uma sinceridade notável, meus amigos, eu acho difícil e tiro-lhe o chapéu. Pelo menos, penso nunca ter conseguido agradar a gregos e a troianos, como eu acho que ele irá sempre conseguir com pessoas sem preconceitos (pré-conceito-feito).
Identifico-me, identifica-mo-nos talvez. A nossa grande diferença está no empenho. No empenho que lhe noto e que eu troco pela preguiça. Talvez a esta hora tenha terminado o estudo e eu ainda nem tenha chegado a meio...
Há pessoas assim. Muitas com quem nem falamos, mas que por passarem por nós na rua, nos despertam interesse ou que, por alguma razão admiramos. 
(E não falo de interesses comestíveis.)

Um bem haja a essas pessoas, 
fabriquem mais. 


2 comentários:

  1. Só pelo que aqui escreves-te até eu "tiro o chapéu", também eu o admiro e até em mim me dispertou uma certa curiosidade. (Mas nada de interesses comestíveis, como tu disseste)

    Acho que pessoas dessas são cada vez mais raras e pelo simples facto de conseguirem fazer algo que poucos conseguem todos nós temos uma certa admiração por essas pessoas. Pelo menos eu sempre admirei aqueles que conseguem fazer o que eu não consigo e acho que merecem todo o crédito e respeito por isso.

    (Só um aparte, descobri o teu blog à pouquíssimo tempo e rapidamente me cativei pela tua escrita. Também em ti admiro a maneira como conjugas as palavras e expressas aquilo que pensas pois eu não o consigo fazer desse modo.)

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  2. É impossível vir aqui e não comentar o que escreves. Identifico-me tanto e fico sempre surpreendido com os teus textos que por mais temas diferentes que sejam têm sempre algo a ver comigo. Secalhar somos um pouco semelhantes na maneira de pensar ou enfrentar a vida..obrigado por me inspirares mais uma vez!

    Beijinhos

    http://igual-a-ti.blogspot.pt/

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