Faz frio.
Gélidos, os meus pés competem com o coração. Que bate, como eles na cadeira onde me sento, de ansiedade. É assim que ora escrevo, um bocado morta-viva de sentimentos. No lusco fusco de sempre do meu quarto - e da minha vida - ecoa, como em todas as noites em que aqui me perco à tua espera, a música que me ocupa a mente de demais pensamentos atrozes àquele que é o teu silêncio. Já te disse como odeio o silêncio? O teu. Nunca. Faz frio. Guardo-o. Vou guardá-lo sempre. Também em silêncio, porque é assim que deve ser; nunca poderia ser de outra forma.
Sinto-me estúpida. Aqui sentada, à espera, de nada. Quantas vezes nos sentamos assim à espera de alguma coisa a que chamamos nada para não sofrer o dissabor de ser mesmo isso, nada?! Fazes-me falta aos bocadinhos. Já disse isto não já? Que estúpida. Há coisas que nunca deveríamos dizer. Tinhas razão.
Não me fazes falta nenhuma. Maldita a hora em que entraste na minha vida, na minha cabeça.
Minto. Minto... Minto...
Simpatizo contigo. E isso era o que eu temia...
Patrícia Luz
19 de Novembro de 2011
Fotos: Filipa Marques (www.behance.net/philipa-marques, visitem!)
"Quantas vezes nos sentamos assim à espera de alguma coisa a que chamamos nada para não sofrer o dissabor de ser mesmo isso, nada?! Fazes-me falta aos bocadinhos." Muito bom!
ResponderEliminarContinua sempre, sempre a escrever assim. Beijinho