quinta-feira, novembro 14

Ria-se





... Ria-se. 
Que bom que era vê-la rir assim. Perco-me no tempo se me puser a pensar há quanto não a via ser feliz daquela forma. Feliz não, sincera. Sincera consigo própria. Porque feliz é uma palavra complicada, assimétrica, relativa. E aquilo era tudo menos relativo. 
Era absoluto. Ela ria-se sem saber bem porquê. A sinceridade das atitudes também é assim, não acham? Não se pensa bem nelas, acontecem e seja o que Deus quiser. Ela ria-se. 
Ria-se de corpo e alma. Poucas pessoas o conseguem fazer, mas ela... nem sei. Os olhos tinham virado boca: eles falavam em todas as dimensões, a boca estrelas: o sorriso dela era desconcertante, a barriga um turbilhão de coisas: borboletas stressadas, abelhas chateadas, corações ofegantes; sentia-o ao longe. 
Estava linda! 
E podia nem estar. Mas naquele momento eu vi verdade - uma luz invisível que algumas pessoas têem -, e se ela era verdade naquele misto de emoções que transmitia sem querer, então eu podia amá-la para o resto da minha vida.


(Momentos)

Patrícia Luz
14 de Novembro de 2013







1 comentário:

  1. Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos.

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