sábado, janeiro 25

Opinião "A tragédia do Meco"


Carta Aberta a um DUX


Após ler esta carta publicada e republicada em vários blogues do nosso país, acompanhada de comentários e aplausos expressos em palavras, rumei à sala de minha casa e, coincidência ou não, falava-se pela milésima vez da "tragédia do meco". Mostravam-se relatórios das reuniões da comissão de praxe da universidade Lusófona e falava-se deles como quem fala  de actas de maçonaria, ou algo equiparado.

Apesar de concordar com muitas das coisas que nesta carta são ditas, a sua maioria até, e ser um pouco suspeita no que toca à temática das praxes, aqui vai a minha opinião em forma de revolta sobre a "tragédia" que tem vindo a ser pintada de cores falsas nos mais diversos locais dos media

É mais do que lógico que este incidente tenha sido provocado por um ritual de praxe. É quase imediata a imagem que me vem à cabeça quando oiço dizer que o DUX - personalidade que representa o expoente máximo da praxe - foi o único sobrevivente deste momento pouco feliz que se tem falado nos últimos tempos, quando seis jovens são dados como desaparecidos por uma onda na praia do Meco em meados de Dezembro.

Mas daí a invocar a praxe como a justificação peremptória da morte de seis jovens estudantes e descrê-la perante uma sociedade cuja maioria das pessoas não sabe efectivamente o que ela é ou para que serve, na minha opinião trata-se de tapar o sol com a peneira. 

É importante referir que as praxes têm sim o intuito de receber, acolher e integrar os novos estudantes recém chegados a uma nova instituição, curso e/ou cidade incutindo-os na tradição académica e, instruindo-os para o seu crescimento pessoal e profissional. 

Este é e sempre será o ponto fulcral a reter desta matéria. 

Pergunto-me que regulamento de praxe é esse de que a universidade em questão se faz acompanhar, que em pleno dezembro organiza fins de semana diabólicos com rituais "masoquistas" de que temos ouvido falar. Isto porque o ano lectivo universitário tem inicio em meados de Setembro/Outubro e é nessa altura que as praxes fazem todo o sentido. Depois, porque é que era um orgulho para os pais ver os filhos ser activos no seio académico - e continuariam a ser caso nada disto tivesse acontecido - e agora tudo isso é uma tragédia? Porque nenhum deles sabia ao certo o que cada um deles fazia, certamente, como 90% dos pais deste país que têm os filhos a estudar no Ensino Superior. Como praxada que fui, NUNCA fiz nada que não quisesse de livre e espontânea vontade. Terão esses seis jovem sido anestesiados ou tornados robôs telecomandados de um momento para o outro? Terá o Dux virado o novo Deus do século XXI a que todos nós temos de obedecer imperativamente? Será a praxe um momento suficientemente relevante para a pôr a vida em causa? Porquê? Desde quando?

É uma questão de bom senso distinguir o momento em que uma tradição  reposta em Portugal desde 1919 cuja finalidade é a já expressa supra, passa a ser um acto que põe em perigo a integridade física de qualquer ser humano minimamente consciente dos seus actos. 

Assim, é de lamentar a dor de seis pobres famílias que vêem os seus filhos perdidos em prol de uma estupidez em que alinharam sem consciência. Estupidez, repito. Perdoem-me a frieza das minhas palavras. 

Não sou nenhum juiz e o meu blog não é, nem nunca será um tribunal, mas - na minha opinião - tão culpado é o Dux como os seus seguidores. Sinto-me triste, impotente e inconformada ao ver o nome da praxe manchado por sete pessoas inconscientes que não souberam honrar a tradição como deviam perante um país que a quer matar a cada dia que passa. Sinto-me fria e insensível ao escrevê-lo desta forma. Mas feliz por saber que foi a praxe que me ensinou que a vida é uma luta constante pela sobrevivência; que tão depressa estamos por baixo como depressa devemos honrar o compromisso de estar por cima. Que a amizade que nasce nas adversidades certamente perdurará mais tempo. Que contar até dez e respirar fundo evita muitas chatices. Assim como os sapatos do traje, por muito iguais que sejam, têm sempre uma história diferente para contar. 

Por tudo isto não sejamos cegos. Esta é a minha opinião e vale o que vale. Não se trata de discutir se a praxe é boa ou má. Tratei de a assumir como boa e defendê-la. 


Dura Praxis, Sed Praxis
Patrícia Luz
25 de Janeiro de 2014

















7 comentários:

  1. Não que se tenham tornado robôs, mas estou convencida de que não sabiam assim tão bem o que estavam a fazer. Para mim isto foi claramente devido a uma praxe, obviamente uma sem sentido.. agora o quanto eles estavam ali a dar passos para trás até onde chegaram simplesmente porque queriam não sei.. acho que ainda há muito por desvendar.
    Quanto aos média - embora seja suspeita - acho que não estão a cometer nenhuma injuria ao dizerem que o foi culpa das praxes, porque o foi, culpa daquela praxe. Mas o mesmo orgão social que afirma isto também soube outrora escrever sobre as alegrias das praxes. Os jornalistas também foram praxados :p mas fora isto partilho a tua opinião

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  2. concordo com (quase tudo), pareceram palavras saídas dos meus dedos. só não concordei como facto de dizeres que os sete adolescentes cometeram uma estupidez e eram inconscientes. nenhum de nós estava lá para ver, e o próprio dux referiu que estavam sentados à beira-mar. verdade ou não, tragédias acontecem. de resto, muito, mesmo muito bom!

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  3. Aaaa sim.. ser PATÉTICO é muito bom não é mesmo???
    pra defender essas coisas mongoloides tem k ser patético, só pode né????...... pintar cara???? cabelo??? se molhar???? ohhhhhhhhhhh k fixe , boé fixe ...

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  4. bela democracia né???? "O seu comentário ficará visível após aprovação".

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  5. Marcos não gosta de ser patético, resigne-se à sua insignificância... Aqui ninguém pede que aceite a prxe mas não venha criticar e mandar o bitaite..

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  6. Videoclip de resposta a toda esta mediatização:

    CARTA DE UM DUX:

    http://www.youtube.com/watch?v=HG6lBbw4BZQ

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