segunda-feira, junho 16

Os amigos não são para as ocasiões




Os amigos não são para as ocasiões. Não são para dar a palmadinha nas costas e irem andando com a sensação de dever cumprido. Os amigos nunca têm o dever cumprido. Os verdadeiros amigos vão cumprindo o dever de o serem em todas as ocasiões. Mesmo quando chove. Mesmo quando chove torrencialmente. Os verdadeiros amigos andam na chuva mesmo que isso lhes valha uma constipação terrível. Porque não há constipação que não se cure com um amigo ao nosso lado. E os verdadeiros amigos são-no reciprocamente.

Tenho poucos amigos. Muito Poucos. Isto porque decidi coleccionar amigos interessantes.

Os interesseiros resolvi descartar da minha vida logo à partida. Não há paciência. Não há paciência para sorrir com facas atrás das costas. Não há paciência para me fazer de burra todos os dias e deixar passar em branco os olás cínicos proferidos daquelas bocas que me cumprimentam com desdém a quem as vê nas minhas costas. Amizades cruéis e fúteis coleccionem-nas vocês porque eu não quero amigos assim.

 Vendo-os a quem os quiser. Não os dou porque não vos desejo mal nenhum.

Eu não tenho muitos amigos. Mas tenho os melhores.

O meu telemóvel não toca todos os dias. Muitos deles nem toca. Não tenho combinado um café por dia. Mas todos os meus amigos sabem perceber quando preciso de um. Mesmo não gostando de café. Todos os meus amigos são-no porque eu permiti.

Sim. A amizade permite-se. Permite-se. Respeita-se. Rega-se. E colhe-se.

Escrevo-te para te dizer que os amigos não são para as ocasiões. E se permiti que o fosses foi porque acreditei que o fosses ser na mesma medida. Talvez me tenha enganado. Caso contrário, fazes-me falta.  


Tomamos café? 
Por ti talvez aprenda a gostar de café americano. 



Patrícia Luz
16 de Junho de 2013
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