segunda-feira, fevereiro 2

Dez para a meia noite


Há dias que têm tudo para dar certo. Mas não dão. 
Porque é que somos escravos das nossas vontades?

Hoje acordei cedo. Como quase todos os dias. O despertador toca às seis. Às vezes nem eu sei bem porquê. Gosto de poder voltar por mais um bocadinho sempre que me arrependo de o ouvir tocar. Como também gosto de ver o nascer do sol na janela enquanto o silêncio impera na vida das outras pessoas e as luzes ainda se apagam lá fora. Gosto de ir descalça à cozinha pé ante pé devorar fruta pela manhã enquanto todos dormem cá em casa. 

 Às vezes cinco minutos sabem a horas. 

Hoje acordei cedo como em quase todos os dias. Sentei-me estática sobre a cama enquanto a água quente corria no chuveiro. Apetecia-me ficar ali, enrolada em memórias tripartidas e vazias. Vazias de conteúdo, ao som da água que caia em tom de fundo. Podia ficar ali sem tempo. 

Não fosse o tempo a passar. 

Há dias assim.
Preenchidos o suficiente, mas vazios demais. 

Patrícia Luz
2 de Fev. 2013

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