sexta-feira, outubro 30

29.10.2015


«É curioso ver que quase todos os homens de grande valor têm maneiras simples; e que quase sempre as maneiras simples são tomadas como indício de pouco valor.» 
E o valor que tu tens. 


Simples. É ele.

Se me pedissem que o descrevesse com uma só palavra era assim que o descreveria. Mas se pedissem mais, dir-vos-ia que tem um coração de ouro. 

Não são precisas muitas palavras para descrever pessoas boas. 

Conheci-o nas adversidades desde verão, onde o Algarve se resume à escravatura dos que por cá se tentam safar para o resto do ano, às custas dos engravatados que despem o fato por uns dias e nos cospem no prato. 
Em cada cem pessoas, conhecemos uma mão cheia delas, civilizadas o suficiente para reconhecerem o nosso trabalho, o nosso esforço, a nossa dedicação quando as horas de trabalho não passam e as de sono voam. Educadas o suficiente para nos estender a mão e dizerem obrigado... que por aqui se entende em deixar uns trocos a mais no bolso, ou no pote geral do sitio onde trabalhamos, para ser repartido por todos.

Conheci-o, assim, na azáfama das noites rodopiantes de um bar. Onde trabalhávamos juntos, mas cada um para seu lado, pois quase não tinhamos tempo de olhar uns pros outros. 
Formigas. Eramos formigas em plena época alta.

Mas para tudo o que corria mal, havia(m) ele(s). Para todas as dores nos pés, para todas as vezes em que pensámos trocar aquelas horas pela nossa cama, havia o sorriso dele no final. 

O sorriso dele... 

O quanto me alegrou o sorriso dele em tantos dias. Em dias maus, em dias tristes. Em dias em que estava doente. Em tantos dias.  

Vejo-o agora partir. 

Há pessoas que se cruzam no nosso caminho para nos mostrar a importância das pequenas coisas. Para nos fazer ver o quanto somos ingratos tantas vezes. Como há tanta coisa à nossa volta a que devemos dar valor e não damos, porque as temos sem saber... e quase nunca nos importamos. Um beijo, um abraço, um bom dia pela manhã. O colo quando estamos doentes, o dinheiro de alguém quando estamos falidos, ... a familia, a palavra, a preocupação. O jantar na mesa, o copo de vinho. 
Ele tinha pouco. Quase nada. 
Mas tinha coração. Era humilde. E acima de tudo... honesto.

Nunca me irei esquecer! 

Nunca me irei esquecer... do que me ensinaste sem saberes. 

Até breve, 
Vamos ter saudades tuas.

Um beijo, 

Pat. 





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