quarta-feira, janeiro 16

Costa Vicentina | Cores&Sabores




Não há duas sem três, nem dez sem vinte. E eu já perdi a conta às visitas que fiz à costa vicentina.
Não sei quantas vezes encho o peito de ar para dizer orgulhosamente que tenho um paizão com origens lá, que me permitem ser, desta forma, fabrico 50% Alentejano "by Costa Vicentina".
É o meu lugar-luz. 
Luz porque é de lá que vem a origem do meu nome. Lugar-luz porque me enche a alma com os seus aromas, sabores e as minhas cores, sem dúvida, favoritas.  

Actualmente, conheço-a como a palma da minha mão, não fosse a minha zona preferida do país para fazer praia. De São Torpes ao Burgau, é rara aquela que não teve os meus pezinhos lá bem afincados.  E por isso vim trazer-vos algumas delas como sugestão para uma mini road trip de fim de semana.  






No meu último passeio tirei algumas fotos para vocês, especialmente porque agora no inverno as praias têm um encanto muito especial. As águas continuam translúcidas e, sem ninguém por perto, transmitem a paz que pensamos não existir na Terra. Óptimo para um passeio de forma a apalpar terreno e ficarem já a saber onde vão estender a vossa toalhinha quando o tempo aquecer. 

Para quem vem do sul, aconselho-vos a começar a vossa paragem na praia da Arrifana, posteriormente no Monte Clérigo e só depois seguirem este mini roteiro. Para aqueles que viajam em jipes e carrinhas com tracção às quatro rodas, uma paragenzinha na Ponta da Agulha, nunca fez mal a ninguém - vão por mim.

Nas quatro fotos acima, a praia de Odeceixe. A qual por que já passei mais vezes e demorei mais tempo a conhecer. Para mim, ideal para famílias. Dá para todos os gostos: com ondas para quem gosta de fazer um surf ou simplesmente detesta aquele caldinho que mais faz lembrar que estamos na banheira de casa, piscinas naturais junto às pedras para quem gosta de se envolver mais com a natureza, lagos naturais de areia lisa para quem não gosta de grandes aventuras, água salgada para almas salgadas, água doce para almas doces, rio para quem não gosta de mar e mar para quem não gosta de rio. Ah! sem esquecer um areal a perder de vista para quem não gosta de comer a areia do vizinho do lado às colheres, quando este decide sacudir a toalha sem dó nem piedade.    


E porque nesta altura a fome já vai apertar, não fosse o mar um óptimo abre apetites, aconselho-vos um pequeno desvio na Azenha do Mar. Para os mais afortunados existe um restaurante que faz as maravilhas de todos pelo que nos conta o Tripadvisor, "A azenha do Mar". Contudo, as últimas vezes que lá fui tive sempre o azar de, em bom português, levar com a porta na cara e, meus amigos, foi  exatamente assim que conheci o "Café Palhinhas". 

Ainda não era meio dia. Por lá, andava um grupo de pescadores que não tinha ido à faina, pois já dizia o ditado: "gaivotas em terra, tempestade no mar".  Aguardando ansiosamente aquela cerveja média pré almoço, que todos aqueles que acordam bem cedo sabem o quão bem sabe, agradeciam o sol na esplanada virados para o mar neste pequeno café, de poucos luxos, mas de muito encanto.  

Recomendo-o a todos aqueles que querem saborear um bom petisco, num lugar cheio de boas energias. Onde os gatos vos circulam debaixo dos pés, a música é o barulho do mar, a luz é a do sol ... e os sabores, mnhaaaam! são os originais. 

Recomendo-vos umas belas pataniscas de polvo, este camarãozinho, uma saladinha de polvo, acompanhado do melhor pão do país acabadinho de cozer e um belo vinho branco. 





Depois, nada como ir conhecer a praia do carvalhal. Mas pelo caminho, encostar o carro à beira da estrada e perder algum tempo a observar os animais de uma quintinha que existe antes mesmo de descerem até lá, não é nada mal pensado. Desde zebras, cavalos, veados que não são veados e bambis que não são bambis - ainda não lhes descobri a espécie, ahah -, búfalos e cavalos... 
Perder algum tempo por lá vai valer a pena, especialmente se se fizerem acompanhar de miúdos e graúdos. Vai certamente fazer as delicias dos mais novos. Pelo menos, as minhas, fez!




E porque seria impossível passar por estas paredes tornando-as indiferentes, especialmente para quem quase nasceu a ouvir a icónica Amália Rodrigues, é obvio que não só elas, mas como a praia cuja lhe deu nome, não podem deixar de receber a vossa visita. 

As paredes porque são arte pura, independentemente de gostarem ou não de fado, gostarem ou não da Amália. Cada traço revela a certeza de que quem o fez, o fez muito bem (já agora, deixo a referência "smile_artist_official"); a praia, porque é um segredo guardado na costa vicentina. Recomendo apenas aos amantes da natureza a lá irem, porque os restantes? Não fazem falta nenhuma num recanto como este. Por entre tunéis de arvoredo, pequenos riachos e algumas escadarias improvisadas, é possível chegar ao areal ou só mesmo disfrutar da vista que vos mostro abaixo.




E porque o azul não fica por aqui, depois de fazerem a natural paragem na pequena vila da Zambujeira do Mar, não percam o final de tarde no Cabo Sardão. Lá, podem ler algumas das páginas daquele livro que vos acompanha para todo o lado mas que ainda não teve a vossa devida atenção. Sentem-se um pouco e inspirem o cheiro deste bocado de terra à beira mar plantado.

Por vezes parar, sabe tão bem! Este é o sitio ideal para o fazerem.



             

E porque um dia vos vai saber a pouco, pois há muitos mais lugares para disfrutarem, nada como passarem uma noite no Alentejo. 
E a minha recomendação nesta zona, uma vez que agora os dias são pequeninos e anoitece cedo, é rumarem até ao Zmar (poderão ver o meu post anterior para saberem mais, aqui). 
Caso queiram subir um pouco mais, aconselho irem até Vila Nova de Milfontes e pernoitarem no Hotel Dunas Park Beach Club (em breve espero ter novidades para vocês).



E porque nas cozinhas dos bungalows do Zmar é possível preparar refeições rápidas, simples e boas, deixo-vos a receita desta minha salada maravilhosa. Assim, poderão levar convosco os ingredientes já preparados e voilá, disfrutarem da vossa estadia sem gastarem uns euros adicionais no jantar.

INGREDIENTES:

- Mix de alface frisada (Vitacress - sabiam que as estufas da vitacress são mesmo pertinho do Zmar? Assim até sabe bem comer esta alface!)
- 1 Abacate
- 1 Manga
- 1 Embalagem de cruttons com sabor a alho e salsa (Pingo doce)
- 1/2Kg Camarão cozido descascado
- Queijo parmesão (a gosto)
- Tomate Cherry
- 3 pimentas q.b
- sal q.b
- Molho Vinagrete 

Voilà!



Se fizerem este percurso identifiquem-me nos vossos stories com @vaificartudobeem. Quero saber tudo!!

Bons passeios e até breve, 
Pat 

quarta-feira, janeiro 9

ZMAR Eco Experience | Quem vai voltar?



 Melhor do que crescer no campo, é poder relembrar todas essas aventuras num outro lugar como se nos sentissemos em casa. Foi exatamente isso que senti, quando a cancela da portaria do ZMAR se fechou e deixámos aqueles 80 héctares para trás das costas. 

Quando era pequena, tive o previlégio de crescer com os pés na terra. Diáriamente, a par e passo com o meu avô na sua pequena horta e, nas férias, no restolho sem fim à vista das planícies do Alentejo. 
É impossível esquecer os dias em que semeava pinheiros em frasquinhos de iogurte - que na nossa casa eram reciclados para esse efeito - para depois serem transplantados para a terra, ou aqueles em que acabávamos o final de tarde com um passeio de bicicleta pelos caminhos de terra batida, onde só os tratores chegavam para alimentar as vaquinhas que, tão ansiosamente, aguardavam assim, a sua última palha do dia. 

Inesquecíveis também, são os banhos de mangueira, de água aquecida pelo sol, depois de uma manhã de praia; muito menos aquele peixinho acabádo de recolher na lota do Porto de Sines a saltar-nos grelhado para a mesa.   

E as estrelas? Só quem já se deitou à noite num fardo de palha a contemplar o céu do Alentejo, entenderá. Já vos tinha falado sobre isto neste meu outro post. 


    

O ZMAR é um pouco disto tudo. Mas numa casa diferente. É uma casa maior, muito maior. 
É uma casa onde cabemos todos nós. Todos aqueles que o visitam.

É um lugar de paz.  É um lugar de pessoas que a procuram. E que ali a encontram. 
É um lugar de famílias. Ou de quem sonha ter uma. 
É um lugar de pessoas com Atitude que Transforma. De pessoas que se preocupam com o futuro do mundo. Económica, ambiental e socialmente falando.   

E eu não podia gostar mais disto. Quem me conhece, sabe... Eu não podia gostar mais disto! 


 Pequenas casinhas de madeira com o essencial para um fim de semana (ou férias) em cheio, fazem-nos sonhar como seria viver num pequeno mundo não consumista, cheio de pessoas despidas de valores supérfluos, que valorizam apenas o que é invisível aos olhos. 

O cheiro a madeira, o cheiro a relva molhada, o cheiro a animais no seu habitat natural. A geada a esbranquiçar a relva pela manhã. O silêncio. O silêncio roubado pelo palrear dos pássaros, pelo zurrar dos burros, pelo cantar dos galos ou cacarejar das galinhas. O poder da luz de um pôr de sol na enseada. O cheiro a maresia. O calor de inverno depois de almoço. O frio depois de jantar. A casinha na árvore que sempre sonhámos ter quando eramos crianças. Os caminhos que pedem roupas velhas, para sujar. Para sentar no chão, rebolar na relva, ou abraçar um gato desconhecido que vos pede mimo.       

A Natureza no seu esplendor.  



Também podemos falar de comida. 

Como Hoteleira que sou, sei que comer em hotéis nem sempre nos surpreende. Mas eu tenho que dizer que o ZMAR me surpreendeu muito pela positiva!!! Talvez porque, como vos disse, não chamamos a isto hotel... podemos chamar com toda a certeza: Casa.

Consigo guardar o paladar daquelas lulinhas grelhadas ao jantar, daquele sumo de laranja acabado de espremer e daquela batata doceeeeeeeeeeee... que tanto me lembrou as que apanhava com o meu avô na sua horta. 
Aqui, os sabores sabem a original. Aos que me ensinaram ser, "os verdadeiros sabores originais".
E isto, para pessoas como eu, que adoram comer, não há dinheiro nenhum que pague.
Para mim, acrescentou muito valor a este lugar-luz. 



 Barriguinha cheia, nada como um passeio a respirar ar puro.
Aquele que já pouco se respira, sabem?


Foi assim que acabámos a conhecer os animais da quinta pedagógica.

Pelo caminho até lá, fiz amizade com um gatinho muito friendly que se encaracolou nas minhas pernas. Fez-me ter saudades do meu.

Amor. Acho que numa palavra, só consigo descrever assim o que se fica a sentir por todos estes bichinhos fofos.
É bom perceber que tão perto de nós, eles também se podem sentir felizes e fazer-nos igualmente a nós.

Por lá, várias crianças estavam em extâse. Poderem fazer-lhes festinhas e dar-lhes comida na boca, fez com que distinguissem ovelhas de cabras, araras de papagaios, burros de cavalos e pudéssem voltar a casa com a certeza que, talvez um dia, possam tornar-se veterinários.
 É bom este misto de sentimento, não é?


 

 Eu cá apaixonei-me pelos burritos. Acho um animal tão amoroso. Aquele olhar triste, mas simultâneamente aquelas orelhas grandes quase até aos céus. Passámos algum tempo a dar-lhes algumas bolotas que apanhámos no chão, no caminho até lá. Passados alguns minutos de festas e paparoca, parecia que nos conheciamos há muito tempo. 

E este retrato ficou um máximo depois ter dito que iamos tirar uma foto para a posteridade. Puseram-se em fila, quase como que entendessem!



As cores. 

Cada fase do dia tem as suas. Relembro as minhas favoritas: as douradas.

Esta foto foi tirada logo quando chegámos e decidimos aproveitar o final de tarde na piscina de ondas aquecida. Lá, em pleno Janeiro, é possível ver o sol baixar, raiando as janelas, até se pôr lá ao longe, lá no mar. O ambiente quentinho que se faz sentir tendo em conta o frio lá fóra, faz-nos quase voar para um sítio paradísiaco, enquanto miúdos e graúdos nos vão salpicando com os seus mergulhos felizes nas ondas momentâneas que ali são provocadas. 


E porque há trabalhos que não nos largam nem ao fim de semana e por vezes precisamos aproveitar estes pequenos paraísos com o computador na bagageira do carro, para mal de todos os nossos pecados, não se apoquentem. Existe uma sala perfeita para enviar aquele email que ficou pendente, enquanto todos os seus companheiros de viagem jogam ping pong ou vêem um pouco de televisão após o jantar! 
Acredite que tudo parece sair com maior brio enviado a partir daqui. Por isso, não tem desculpas para não fazer a mala e partir de onde quer que esteja. 




Não podia deixar de vos contar, que no meu dia-a-dia, sou assistente de Qualidade & Projectos de um grupo hoteleiro português e que uma das nossas missões e responsabilidades é presarmos cada vez mais pela responsabilidade social e ambiental de todos os nossos colaboradores e clientes.

 Poder inspirar-me neste modelo de negócio foi sem dúvida um óptimo reiniciar de ano.
Trazer um bocadinho dele para o meu dia-a-dia, para a minha casa e para os meus, é com toda a certeza a confirmação de que esta é uma verdadeira "Eco Experience".

Eu vou voltar já este fim de semana e vocês, de que estão à espera?





 Um beijinho,
PAT

terça-feira, janeiro 8

Um passeio por Viena | Last Day



Estava ansiosa por poder chegar aqui, ao nosso terceiro dia de viagem. 
Se no dia anterior tinha deitado a cabeça na almofada eufórica por estar a nevar, podem imaginar como fiquei quando eram 9 a.m e a cidade com que tínhamos adormecido, nada tinha a ver com a cidade que os nossos olhos se deslumbravam agora. 
Tudo branco. Tinha nevado toda a noite!!
Malas feitas e guardadas no hotel, os melhores agasalhos possíveis enfiados no corpinho, e "ala que se faz tarde"! Mas primeiro um pequeno almoço reforçado para ganhar forças. 
Caminhámos 300 metros até ao metro em pura euforia com esta coisa de estar a nevar torrencialmente - será que se pode dizer assim? -, e nem 15 minutos depois, os meus pés estavam encharcados.
Primeira paragem, Catedral de St. Estevão. WOW! Querem saber a sensação de se sentirem uma formiga? Então, please, vão até lá!! 



Este é o momento em que uma pessoa parece que se sente feliz né? Mas a verdade é que o frio começa a tornar-se insuportável e, os pés molhados, a congelar, em nada ajudam - e o dia ainda mal começou. Acreditem que desabetoar o casaco para esta foto foi sofrimento a doer. Mas ficou um máximo! É completamente percetível como nevava sem parar. E é, sem dúvida, das fotos que mais gosto da viagem. 

Sem mais demoras, decidimos entrar. À porta da Catedral, promovia-se o grande concerto do coro de Viena que ia fazer a sua actuação de natal nessa mesma noite no cenário que vos mostro na foto abaixo. Para nossa sorte, decorriam alguns ensaios enquanto a visitámos, o que deu todo um outro encanto aos nossos momentos ali vividos.



Posto isto, nada como visitar mais umas lojinhas de souvenirs para as últimas compras, com a exclusiva necessidade de, na verdade, precisarmos mesmo é de aquecer os pés. 
Perdidos por algumas ruas, desta feita já de guarda chuva em punho porque se tornava irritante estar constantemente a levar com neve na cara, lá encontrámos a rua das lojas. Uma espécie de Champ Elysee de Viena, tão a ver? Aquele sitio cliché das lojas de renome, onde na verdade, o que me chamou mais à atenção, foram mesmo a quantidade de pinheirinhos lindos que se vendiam para que as famílias Vienenses fizéssem a sua árvore de natal em bom rigor.


Bem como, este monumento perdido entre ruas e pessoas a vaguear de um lado para o outro, de seu nome Basílica de S. Pedro. 




Se achavam que a neve ia dar tréguas, meus amigos, tirem o cavalinho da chuva, como já dizia a minha avó. Nem por breves instantes parou. Isso fez com que alguns dos nossos planos fossem alterados, ainda que tenhamos visitado a Heldenplatz onde se encontram alguns dos principais edifícios do estado. Contudo, o facto de já não sentir os pés fez com que não fosse à biblioteca Nacional Aústriaca, onde gostava mesmo de ter ido. 
Acho que pela foto abaixo é possível ter a percepção do cenário que nos circundava.


Posto isto e porque a fome já apertava, tentámos encontrar um restaurante com comida típica para experimentar mais algumas iguarias. Contudo, não sei se é cultura dos Austriacos almoçar fora aos Domingos, foi complicado encontrar um restaurante não turistico ali na zona com mesa disponível para almoçar, sendo isto, note-se, 14h30/ 15h00. 
Foi assim que acabámos sentados num resturante italiano a comer, imagine-se o quê?! Risotto, no desespero de ter que parar estas duas pedrinhas de gelo a que podiamos apelidar de "pés". 

Por isso, nota número um: não confiem na meteorologia. Em países onde pode nevar, independetemente da previsão ou não de neve, levem calçado bem quentinho e adequado a estas condições. A mim, já não me enganam mais ehehe! E se estão a pensar como eu também pensei, que podia ter ido comprar umas botinhas de pêlo, tenham em atenção o tamanho das vossas malas lowcost, pois algo vai ter de ficar para trás.




 O resto da nossa tarde e já de barriguinha cheia, foi passado em mercadinhos de natal. Começámos por visitar o da Karlsplatz, que quando saimos da estação do metro, me encheu a alma com estas cores. Como a luz já era pouca, a qualidade das fotos não é a melhor, mas dá para transparecer a magia de natal que se fazia sentir no ar. 
O verdadeiro natal.
Aquele com neve, luzes por todo o lado, guerras de bolas de gelo, músicas no ouvido, chocolate quente e waffles em forma de coração para aquecer aqueles que o têm mais frio. O meu, eu trouxe-o na barriga. Assim como trouxe outras coisas mais, tais como cachorros e cenas do género.

Pelo meio assistimos a alguns concertos grátis no metro, como podem ver no video que publiquei no youtube. Garanto-vos que aquilo nos prendia. Viena é sem dúvida uma cidade de música. E se há coisa que trago na memória, são os sons. Os sons do coro no metro a cantar, dos violinos da opera a tocar, dos passos daqueles que levavam outros instrumentos debaixo do braço ou até mesmo do silêncio dos que se limitavam a ouvir. 



Não há muito mais para vos contar. Como tinhamos voô às 5.30h não reservámos a última noite de hotel e por isso acabámos por ficar a fazer tempo naquele bar que vos falei anteriormente a comer uma sopa com leite de côco, bem quente!! 

Sem dúvida que Viena é uma cidade que aconselho muito visitar. Assumiu o meu top2 de cidades favoritas, logo a seguir a Roma. Para quem preze por saber mais da história universal, sentir valores culturais vincados e tiver amor pela música, este é sem dúvida um destino que não podem perder! 

Um beijinho, 
E até à próxima aventura!
Pat

sexta-feira, janeiro 4

Um passeio por Viena | Dia 2


Nada como o video acima para fazer jus a algumas das coisas que vimos neste segundo dia de viagem a Viena. Confesso que o frio não me inspirou a tirar as mãos muitas vezes das luvas e bolsos. E por isso, filmar foi mais rápido e eficaz.

Conhecida pelos seus espectáculos de ópera, não quisémos visitá-la sem poder assistir a um. Por isso, ainda em Portugal, acabámos por reservar um pacote que nos dava também acesso à visita do Palácio de Schonbrunn, bem como a jantar lá.


Iniciámos a nossa manhã com um hot chocolate nas mãos em direcção ao palácio de Schonbrunn. Lá, fizémos o levantamento dos nossos ingressos pré reservados e seguimos para a entrada. É de referir que o palácio tem capacidade limitada de pessoas no seu interior e, por isso, é necessário respeitar a hora de entrada no ingresso. 
Como ainda faltava um pouco para a nossa hora, aproveitámos para dar uma vista de olhos no primeiro dos três mercadinhos de Natal que conseguimos  visitar em Viena. Por lá, várias peçinhas de artesanato, comes e bebes típicos, mas principalmente um frio de rachar, foi possivel experienciar. 

Chegada a nossa hora e sem perder tempo, refugiámo-nos nas salas majestosas do século XVIII e, graças ao audio-guia incluído também, pudémos apreender um pouco sobre a história por detrás de cada uma das enormes telas decorativas e utensílios lá presentes. A melhor parte foi que o pacote que comprámos incluia o "Grand Tour" pelo palácio e, desta forma, conseguimos visitar muitas salas que outros turistas não pagaram para ver. 

Posto isto, a fome apertava e como ainda tinhamos toda a parte exterior do palácio para visitar, nada como uma paragem para petiscar no mercadinho de natal. Provámos uma bruchetta de queijo e um género de bifana de salsicha (sim, vão rir-se ao ler isto, mas não estou a ver a melhor forma de explicar o aspecto daquilo, ahah!). 

O frio apertava e os aquecedores de rua estavam em overbooking. Não havia nem um cantinho para aquecer os pés. Ainda recorremos ao vinho quente para nos aquecer a alma, mas, pessoalmente - e para bom português, meia palavra basta -, o sabor era horrivel. 


Aqui, ainda ponderámos se iamos conseguir subir esta encosta para disfrutar da tão esperada vista lá em cima. Confesso-vos que a esta altura, apenas tinha os olhos fora do meu cachecol XXL e os meus pés pareciam pedras de gelo a andar... imaginem vocês onde?! No gelo!
A imagem a cima fala por sí. Acho que é possível ainda congelar a olhar para ela.



Contudo, quem sabe se não conseguimos voltar a Viena? Não podiamos perder esta vista! Quanto mais subiamos, mais frio sentiamos... o ar parecia ficar cada vez mais difícil de respirar.
Mas para vossa alegria, informo que no topo da subida têm à vossa espera um café típico Aústriaco onde podem reconfortar-se. Sim, porque não querendo ser desmancha prazeres, não se esqueçam que quem sobe, depois tem que descer.


Finalizado este percurso, era impossível pensar noutra coisa que não um banho a ferver. 

Dirigimo-nos ao hotel para descansar um pouco, pois às 18h00 tinhamos encontro marcado para jantar e, sendo inverno, anoitece cedo. Como os lugares esgotaram no palácio, fomos informados de que nos deviamos dirigir ao Hotel Marriot ali mais próximo (bastava atravessar a estrada). Lá, disfrutámos de toda a pompa e circuntância que um jantar pré opera merece. 


Seguidamente e sem demoras, dirigimo-nos à Orangerie do palácio, onde já se sentia toda uma aúrea glamourosa, elegante e muito educada. 
Deixados os casacões à porta, um cocktail dava as boas-vindas a quem aguardava a entrada na sala de espetáculo. 

Quando digo que fui à ópera existe sempre a mesma curiosidade: e o que vestiste? É preciso ir muito bem vestido?

Não. É apenas preciso um bocadinho de bom-senso. Ninguém vai assistir um concerto de fado de calções de ganga a mostrar o rabiosque, muito menos a uma ópera de fato de treino, certo?

Como vos disse anteriormente, o clima que se respira é de muita elegância e classe. E se vocês quiserem experienciar o verdadeiro espírito da coisa, nada melhor do que corresponder à etiqueta e indumentária. Mas se forem com uma roupa singela ninguém vos deixará à porta. A maior parte dos turistas visitam a ópera de forma muito natural e simples. E.. vá lá, às vezes basta uma maquilhagem para fazer toda a diferença (e, essa, não tem desculpas para não viajar na mala de medidas low cost). ;)



Em relação ao espectáculo, eu recomendo-o a todos aqueles que forem a Viena. 

Na minha opinião não é preciso ser um amante de ópera, basta sem um amante de música e cultura para disfrutar desta experiência. 

Para a maioria de nós, não é todos os dias que se tem o previlégio de poder assitir a um espétaculo deste género, por isso, acho que é uma experiência única para a vida.
Se sairem e detestarem, pelo menos poderão dizer com justa-causa: "Eu não gosto de ópera" e quem sabe até se não se auto-surpreendem. 

Além disso, este não é apenas um espetáculo de vozes fininhas e pontiagudas como se imagina quando se pensa em ópera. É, sim, um espectáculo harmonioso que conjuga dança clássica, contemporânea e música no seu estado mais puro da palavra.  

Para casar com tudo isto, um jogo de luzes aquece e envolve todo este ambiente. 

É de realçar que qualquer palavra proferida entre actuações, vai ser fuzilada pelos olhares dos verdadeiros amantes. O silêncio é imperativo!





E não, não tenham vergonha de tirar a fotografia que tanto anseiam no final do espectáculo. Mais de 50% da plateia terá vontade de fazer o mesmo e não o faz apenas por vergonha de quebrar a classe do momento, já que durante todo o espetáculo é impensável tirar o telemóvel para filmar à "cara-podre" pois, responsáveis de sala circulam envergonhando os mais atrevidos.
Mas no final... ninguém vos conhece. E posto isto, tendo eu dado o primeiro passo, muitos foram aqueles que me seguiram as pisadas.  

Todo este pacote custou 99€/pessoa e podem reservar aqui

Para finalizar este dia longo, gélido e de emoções inesquecíveis, nada como sair a porta da Orangerie do palácio et voilà!! ESTAR A NEVAR!! 

Juro, que fiquei louca de alegria por ver nevar! 
Não era a primeira vez, mas sei lá... acho que somos eternas crianças felizes com este cenário. 

Durante todo o caminho até ao metro, fui saltitando, a comer pequenos flocos de neve, equilibrando-me nos pequenos saltos altos para não cair. 


E porque a noite é uma criança, nada como um cocktail antes de regressar ao hotel num dos nossos café/bar/restaurante de eleição daí em diante em Vienna: o Caffée Latte. Recomendo este local para quem quer passar um agradavel serão de fim de noite, para comer uma sopa quentinha mas também pelo seu Brunch de Domingo que, apesar de não ter experimentado, parece ter uma boa qualidade-preço. Este espaço era mesmo ao lado da nosso hotel e, como tal, elegemo-lo quase como "a nossa sala de estar". 

Amanhã conto-vos, por fim, o meu último dia em Viena! Se acham que o frio ficou por aqui, esperem para ver! 

Um beijinho e boas viagens, Pat