sexta-feira, novembro 16

Pessoas, cães, pulgas e micróbios


Gosto de falar das pessoas. Na verdade é um tema que não esgota e que nunca esgotará dado que cada vez mais elas são o centro de um ciclo vicioso do diz que disse e de tudo o que ainda está para acontecer mas que já corre o mundo. Gostam disto. Gostam de pôr as suas vidas em "stand-by", para viver a dos outros mais intensamente. Fazer um filme americano, onde o final é conhecido ao fim da primeira cena ou uma novela mexicana que irá ter pano para mangas só para se poder falar durante mais dias, semanas, aqui, ali e acolá. Gosto de falar de pessoas porque volta e meia acabo por perceber que também elas gostam de falar de mim, de deixar as suas vidas de lado para poderem vir fazer parte da minha como micróbios infiltrados numa ferida que quer sarar e não consegue por causa dessas larvas pessunhentas que insistem em acomodar-se mesmo ali, onde nunca deviam ter entrado, onde não fazem falta nenhuma nem nunca fizeram, onde me aleijam e fazem comichão, sem que as veja. Não estou a chamar nada a ninguém. Não estou a chamar nada a ninguém porque não me dirijo a ninguém em especial, ao contrário dos micróbios que se vem acomodar na minha vida, com um propósito definido e certeiro. Mas um conselho que dou, sem que mo peçam, e mal faço, porque conselhos dados mais tarde ou mais cedo são cobrados, e eu não o quero fazer, é que se deixem disso. Viver a felicidade alheia, nunca trouxe felicidade plena para ninguém. Desengane-se quem pensa assim. 

As pulgas também amam os cães, mas eles sempre serão das cadelas. 

Boa noite e bom fim de semana :)   

1 comentário:

  1. Ahahahaha! "As pulgas tb amam os cães, mas eles serão sempre das cadelas." Brutal!! :)

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