segunda-feira, fevereiro 3

#2 | O meu primeiro dia de aulas (e seguintes) em Bournemounth




«Se alguém lhe disser que você nunca vai conseguir, apenas diga: se eu errar aprendo, mas se eu acertar, te ensino. »

O sentimento do meu primeiro dia de aulas numa cidade onde não conhecia ninguém até ao momento, não foi novo para mim. Quando vim viver para o Algarve, tive um dia parecido que guardo na minha memória. Mas nessa altura a minha consciência não existia tanto (risos). 

Não saber ao certo o que nos espera, dá-nos um friozinho na barriga. É saudável sentirmos isto muitas vezes ao longo da vida, porque significa que estamos em progresso constante.  Isso alimenta-nos a alma ao ponto de se querer tornar um viciozinho. 

Tudo nesse dia foi novo.

Percorrer o caminho de casa até à paragem de autocarro, tratar do meu passe e apanhar transportes que nunca tinha apanhado, o extâse de não deixar passar a paragem certa do autocarro para sair (risos) e ter a primeira impressão da minha escola. Sozinha. wow!

Entrar, pedir informações numa língua que não é a minha, descobrir a sala de aula e ver pela primeira vez as pessoas que estão no mesmo barco que eu.... é um processo que dá uma ansiedade positiva tremenda e uma tranquilidade em simultâneo quando percebemos que está tudo a correr bem.




Assim que cheguei, pediram-me que me dirige-se para uma sala. Inúmeras outras pessoas de diversas idades lá estavam, naquele que era o seu primeiro dia de aulas também. Sorriamos uns para os outros num nervosismo sensato, porque a única coisa que nos unia naquele momento, era estarmos ali prontos para começar uma experiência semelhante. Ás nove horas em ponto, porque a pontualidade britânica funciona mesmo, uma professora entrou e explicou-nos como as coisas iam funcionar dali em diante. 

Entregou-nos um teste de nível de inglês, com 80 perguntas de escolha múltipla. As perguntas iam avançando do mais fácil para o mais difícil e, automaticamente, os 30 minutos de resposta começaram a contar. 
Lembrem-se que a pontualidade britânica também funciona quando é para terminar algo, ahah, 

Quarenta e cinco minutos depois do término dessa prova, tínhamos as nossas turmas feitas consoante o nível de inglês que cada um de nós obteve! A aventura começou sem perdas de tempo. Logo de seguida, tivemos a nossa primeira aula! :) 


A minha turma foi composta por 5 franceses, 3 espanholas, 1 arábe, 1 italiano, 1 alemã, 1 checo e eu. Toda uma mixórdia de linguagem aconteceu fora das aulas, mas dentro, os professores incentivavam-nos a falar sempre em inglês. 

A forma como as aulas eram dadas, permitiam que cada um de nós mostrasse um bocadinho da sua cultura, o que acaba por ser muito interessante uma vez que estamos a beber conhecimentos sem que tenhamos que nos esforçar minimamente. 
Por exemplo, na primeira semana o tema foi a Música. Em cada país existe um estilo predominante ou tradicional e pudemos falar entre nós sobre isso. Na semana seguinte, o tema já foi a gastronomia... e por aí fora. 

As aulas não eram nada aborrecidas!! Em todas as aulas fazíamos jogos que nos obrigavam a trabalhar em equipas, o que fomentava muito a conversação entre nós. Numa delas, por exemplo, tivemos de ter uma ideia de restaurante que queríamos abrir, delinear a nossa estratégia de venda, menus, preços, decoração, local, animação, número de funcionários etc. e apresentar posteriormente para o resto da turma. No final, votar na ideia que mais tinha pernas para andar, claro! 

Claro que existiam partes mais teóricas, pois na gramática não há muito que inventar. Mas havia sempre um exercício mais dinâmico, como por exemplo ouvir letras de músicas a aplicar a gramática nelas existente. É assim que o James Blunt com a "Goodbye my lover" nunca mais me sairá da cabeça (risos).

Os professores eram um máximo. Super jovens e divertidos. Isso também ajuda! 
Mais não seja a irmos sair à noite, porque eles incentivam-nos a encontrar-mo-nos nos típicos PUBs para não ficarmos em casa a falar inglês com as paredes (risos). E melhor que isso, vêm connosco também. É óptimo termos o à vontade para ter uma conversa mais informal com um professor que nos pode ajudar a corrigir o que queremos dizer. 


Relativamente ao ensino, a impressão com que fiquei é que é muito mais personalizado. 
Existe uma real preocupação dos professores em entender quais são os pontos fortes e os pontos fracos de cada um dos seus alunos. Somos vistos como uma turma, mas sobretudo como pessoas individuais com diferenças entre si. 

Todas as sextas-feiras é realizado um teste com os conteúdos que foram leccionados durante a semana, para que exista uma percepção dos conhecimentos adquiridos. Se uma pessoa se destacar, poderá passar para a classe seguinte, por exemplo. 

Além disso, cada um de nós preenche uma folha onde referimos aquilo em que sentimos mais dificuldade e os professores aconselham-nos a fazer determinados exercícios ou actividades para melhorarmos activamente esses parâmetros. 

E é isto malta! 
Foram umas férias a estudar. 
Mas nunca deu tanto gosto ir às aulas como desta vez, juro. 

Beijinhos, 
Pat 

sábado, fevereiro 1

#1 | O início da minha experiência em Bournemouth


A melhor coisa que podemos fazer na vida é aquilo que achávamos que não íamos ser capaz. 

Janeiro começou em grande! 
Concretizei o primeiro objetivo de 2020 e um dos meus desejos dos últimos anos: ter uma experiência no estrangeiro de forma a melhorar o meu inglês.  

Muitos de vós acompanharam esta aventura comigo no meu instagram. Hoje vou passá-la para aqui, para que todos vós possam, sempre que quiserem, encorajar-se a irem também.  

Há muito tempo que queria ter feito isto. Há tempo de mais até. A falta de coragem não me deixou ir mais cedo. Parecia que nunca era o momento. Ou porque tinha que trabalhar, ou porque não tinha tempo, ou porque não queria ir sozinha, ou porque inventava medos na minha cabeça para não ir, ou porque tinha medos efectivos que me faziam estar quieta. Tudo era uma desculpa útil para me fazer desistir da ideia. Até que a ideia prevaleceu! 
E que bom que foi! 

A coisa que vos quero dizer antes de qualquer outra coisa, por muito cliché que seja, é que o sonho comanda a vida. Desistirem dos vossos vossos sonhos é deixarem a vossa vida à mercê do vento. E ela não merece que vocês lhe façam isso. Por isso, não deixem para amanhã. Delineiem a vossa estratégia HOJE e cumpram os vossos objetivos assim que possível. Vai valer tanto a pena esse caminho. 

Há cerca de três anos atrás, tive um dia péssimo. Estava sentada no sofá de uma sala que não era a minha, completamente infeliz com a minha vida. Más energias me circundavam, por todo o lado. Sentia que precisava de desaparecer do mapa, para voltar mais tarde, quando tudo estivesse recomposto. 

Entregue ao peso do meu próprio corpo, fazia scroll no facebook, quando me apareceu uma publicidade de uma empresa que fazia experiências remuneradas no estrangeiro e, nessa mesma semana, um dos seus membros ia estar a dar uma palestra na Universidade do Algarve.
Mal abri o site para saber mais informações, deparei-me com esta frase: "Quando sentimos que não temos ainda o nosso lugar no mundo, temos o mundo todo ao nosso alcance. É só sair e procurar".

Isto mexeu comigo de tal forma, que nessa noite não dormi. Só pensei em largar tudo e ir.

Dias depois estava na universidade a ouvir as mais variadas experiências que a VIDA EDU me podia proporcionar. Mas nessas semanas seguintes algumas coisas mudaram e a minha vida melhorou. Esse desejo foi adiado. Mas nunca esquecido. 

Entretanto mudei de funções duas vezes no meu local de trabalho. Tantas outras coisas mudaram. 

Deste ano não podia passar. 
Quis Deus que eu e a VIDA EDU nos voltássemos a cruzar, agora de uma forma muito mais próxima e a Ana, a quem deixo aqui o meu agradecimento, me encorajasse a ir sem que pudesse olhar para trás. 

Juntei dias de férias no meu local de trabalho, a VIDA EDU ajudou-me a perceber qual a experiência que se adequava aos meus objetivos e FUI. Foi  a melhor coisa que fiz nos últimos tempos!

Curso de inglês em Bournemouth com alojamento em casa de uma família inglesa, foi o programa escolhido, dos mil e um que estavam à minha disposição. Depois, foi só comprar os vôos, fazer as malas e embarcar na aventura.

Porque escolhi Bournemouth?

Bournemouth é uma cidade no sul do Reino Unido, conhecida por ser o local ideal para vários estudantes fazerem intercâmbio. É uma cidade relativamente barata - tendo em conta que estamos a falar do Reino Unido - e conhecida também por ser muito segura. Mas aqui para nós, que ninguém nos ouve, o facto de ter praia teve um peso decisivo na minha escolha. Além disso, o facto de existem vôos directos do Algarve para lá foi a cereja no topo do bolo.


Porque escolhi ficar em casa de uma família? 

O objetivo principal da minha viagem foi melhorar o meu inglês. Estando alojada na casa de uma família inglesa, deixamos de fazer apenas um curso de inglês, para termos uma experiência completa do que é que viver noutro país. Desde a rotina diária à gastronomia, é possível ter a plena noção disso vivendo com uma família e... caso tenham dúvidas nos trabalhos de casa da escola, eles vão ser excelentes explicadores, mais não seja para vos ensinarem a pronunciar corretamente as palavras (risos).

Porque é que não fui 6 meses (ou mais) e trabalhei simultâneamente?

Porque trabalho em Portugal em algo que me preenche positivamente e para conseguir conciliar as coisas, apenas consigo ir nas minhas férias. Sem dúvida que se isso não estivesse a acontecer neste momento em Portugal, esta era uma experiência que prolongava. Mas mais vale ir o tempo que fôr, do que ficar quieto a ver sonhos passarem-nos à frente dos olhos :)
Com a VIDA EDU vocês podem ficar lá 1 ano se quiserem, só a estudar... ou a estudar e a trabalhar simultâneamente.

E os medos? 

Os medos hoje não existem. Acho que é isto que fica de mais importante a reter.
Na semana antes de ir, eram várias as perguntas que se colocavam na minha cabeça - como vos disse no post anterior. O facto de ir sozinha aumenta-nos a tensão arterial (risos), porque se correr mal, és tu que tens de te desenvencilhar do problema. Acho que o essencial é ter mente aberta e estar disponível para aceitar que se correr menos bem, são aprendizagens que ficam.


Coisas que preparei antes de ir ... 

A coisa mais importante que fiz, foi criar o meu cartão da REVOLUT. Isto facilitou brutalmente a minha vida, uma vez que no Reino Unido a moeda é diferente (£ libras). Com este cartão não tive que me preocupar em ter dinheiro físico em libras. Bastou-me carregá-lo com euros - que é possível fazer através da aplicação no telemóvel - e pagar todas as minhas coisas com o cartão lá (funcionou em toooodos os lugares, sem excepção). Automaticamente, ele câmbia euros para libras (ou outra moeda) à melhor taxa disponível naquele momento. No entanto, caso precisem de levantar dinheiro por algum motivo, também o podem fazer (200€ por cada 30dias sem taxas adicionais).
Se quiserem ter este cartão gratuitamente, digam-me aqui nos comentários e deixem-me o v/ email que eu ajudo-vos.

A segunda coisa mais importante, foi levar adaptadores para as tomadas. Não se esqueçam que no Reino Unido, os encaixes para ligarem TUDO são diferentes.

Ter a aplicação do Uber pode facilitar a vossa vida. Mas atenção! Quando cheguei ao aeroporto, não consegui chamar um Uber a partir de lá. Felizmente tinha-me precavido e descoberto que lá eles usam uma aplicação tipo Uber mas específica da zona de Bournemouth, Poole, Christchurch e Wimborne. Basta procurarem na apple store/google store por "PRC Streamline" e baixar a app. No centro da cidade o Uber já funcionou tranquilamente. 

Comprar o casaco mais quentinho, impermeável e com capuz porque certamente irão existir dias de chuva e não esquecer collants para colocar por baixo das calças (risos).

Levar um livro de Português-Inglês que vos ajudará a estudar vocabulário nos tempos livres. Eu recomendo este aqui: "SABER INGLÊS -Vocabulário, Inglês britânico e americano, cartas, funções da língua e gramática" da Maria do Amparo Fernandes & Maria Emília Domingues.

E logicamente, preparar uma pasta com os dados da vossa escola, da casa da família onde irão ficar, os v/ contactos de emergência, o vosso cartão europeu de saúde ( que agora com o brexit terão de se informar se ainda vos serve de algo) e essas coisas.


Nos próximos posts eu vou-vos contar como foi o meu primeiro dia de aulas e seguintes, as diferenças que senti para o ensino português, os amigos que fiz lá, a experiência com a minha família, como era a cidade - transportes, coisas para fazer, etc. - e claro, a minha experiência com a comidaaaa.

Quem vai ficar desse lado?

Beijo,
Pat