segunda-feira, setembro 23

Açores | (Primeiros) Oito lugares da Ilha de São Miguel a não perder




Feijã de Baixo, Estufas de Ananases 

Sendo uma das principais culturas da Ilha de São Miguel, é imperdível ir visitar estas estufas. Eu sou suspeita. O ananás é um simbolo que me inspira e, por essa razão, não podia deixar de vir aqui. 
Além de ser um fruto alegre, trás consigo a hospitalidade e arte de bem receber associada à sua simbologia. 

Curiosidade: Nos EUA e na Europa, é comum ver ananases nas portas e portões das casas e principalmente em hotéis, bem como noutros objectos de decoração de casa, muitas vezes com a palavra "Welcome". Isso começou por volta de 1700, quando o ananás era raro, caro e exótico. Originário da América do Sul, era impossível plantá-lo em climas frios. Oferecer um ananas aos hóspedes, ou mesmo usá-lo para decorar um centro de mesa, demonstrava quanta consideração o anfitrião tinha por eles. 

Por isso, malta, quando vierem a minha casa e vos servir ananás, já sabem! 


Outra coisa que me espantou a quando desta visita, foi perceber que os ananases podem demorar 24 meses (2 anos) a estar prontos para ser colhidos. Assim percebi a razão do preço que habitualmente têm. Aqui, vocês podem verificar as diferentes fases do crescimento da cultura.

No final, aconselho-vos a ver a loja e a solicitar um folheto explicativo do que acontece nas estufas (grátis)... e caso esteja aberto o quiosque de iguarias de ananás, não se esqueçam de provar algo! Eu aconselho o gelado de baunilha regado com polpa de ananás! DE-LI-CI-O-SO!


Praia de São Roque, São Roque

Esta praia tornou-se especial para mim. 
Eu acho que o sentimento que transmite vai torná-la especial para mais alguém. 
Esta igreja de olhos postos no mar, seria certamente o lugar perfeito para me guardar, em dias de verão ou tardes de inverno, se vivesse aqui. 
A areia preta a contrastar com o azul dos céus. E depois estes arco iris inesperados... 
Gosto de me sentar aqui e parar um pouco. 

Exatamente do lado oposto ao da igreja, a praia continua. E posso-vos dizer que, foi exatamente ali, deitada na relva, que passei os meus últimos minutos na ilha a aguardar a hora do meu vôo de regresso. Que paz!



Lagoa das Sete Cidades, Sete Cidades

Reza a lenda que princesa Antilia tinha um grande amor por um pastor de poucas posses. Proibida pelo pai de se voltar a encontrar com ele, pois este queria que ela casasse com o príncipe do reino vizinho, a princesa Antilia pediu ao seu pai um último encontro com o pastor. A despedida foi tão triste que os dois choraram bastante, e das lágrimas dos olhos azuis da princesa formou-se a lagoa azul e dos olhos verdes do pastor formou-se a lagoa verde. Diz então a lenda que os dois foram separados, mas ficou a lembrança das lágrimas, lado a lado, que representa o eterno amor destes dois jovens apaixonados.

Quem me conhece sabe o quanto gosto de acreditar em histórias de amor e, por isso, cada vez que olho para a lagoa das sete cidades, é desta lenda que me lembro para justificar as suas cores. Contudo, o que o justifica está relacionado com a vegetação que as habita. É realmente incrível vista do Miradouro da Vista do Rei ou do cimo do Hotel Monte Palace (a vista mais WOW)!



Miradouro da Boca do Inferno / Lagoa do Canário

Antes de descerem às Sete Cidades, não podem deixar para trás a visita à lagoa do canário e, posteriormente, a subida ao miradouro da boca do inferno. 
É, sem dúvida, dos miradouros mais deslumbrantes da ilha e, por essa mesma razão, é muitas vezes postal de recomendação da ilha de São Miguel. Como fui até lá sozinha, não tenho as melhores fotos para vos mostrar, mas garanto-vos que vale a pena! Daqui conseguem ver as três lagoas! 



Dica: Sigam as direcções "Lagoa do Canário". Quando sentirem que chegaram, reparem que existe um portão ao vosso lado esquerdo (se vierem no sentido Miradouro Vista do Rei > Lagoa do Canário). Para evitarem uma longaaaa caminhada e pouparem tempo na vossa viagem, deixem-me dizer-vos que podem entrar nesse portão de carro (é permitido) e ir até mesmo à lagoa do canário e, posteriormente, muito próximo do miradouro da boca do inferno. 

Aconselho-vos a levar calçado confortável, pois vão ter que caminhar um pouco a subir para chegarem a este miradouro. Tendo em conta que à noite há muita humidade, o terreno costuma estar um pouco enlameado. Mas não deixem mesmo assim de subir. Vale tudo a pena!



Lagoa do Canário

Adorei descobrir esta lagoa. 
No momento em que lá cheguei estava absolutamente sozinha. Que sensação brutalmente indiscritivel, a sério. 
É quase como saltar para dentro de uma paisagem do National Geographic e ficar só a ouvir os sons de tudo o que nos rodeia, a apreciar as cores (oh my god! estas cores!), os reflexos das árvores, os pássaros a esvoaçar junto à água... 
O poder ensurdecedor do silêncio. 

Após uns minutos, chegou este caminhante que andava a fazer trilhos. 
Não resisti registar o momento. 


Ponta da Ferraria / Termas da Ferraria

O caminho até à ponta da ferraria é marcado por uma descida acentuada. E como vocês sabem, não há descida, sem subida a seguir. 

Vale a pena fazer uma paragem intermédia no miradouro do Pico das Camarinhas. 
Num dia de sol como aquele que eu apanhei, parar ali um pouco e ter a percepção do azul cristalino do mar lá em baixo é uma sensação de liberdade extrema. 
Apeteceu-me ficar ali horas, sentada num pedaço de encosta... sei lá, a ler um livro inteiro! 

Mas aquele azul chamou tanto por mim, que fui mesmo até lá a baixo!
Aqui têm também uma piscina termal, com água quente. Mas não experimentei. 

Fui só mesmo caminhar por cima daquelas rochas vulcânicas até encontrar estas construções naturais feitas pelo oceano. 



 




Mosteiros

Se quiserem dar mergulhos nas piscinas naturais em pleno oceano, este é o sitio que considero mais "virgem". 
Para conseguirem sentir a água mais quentinha, deverão ir no momento da maré vazia, pois, assim, as ondas não estão sempre a roubar a água destas poças. À medida que a maré vai enchendo, a água torna-se mais fria. 

A água tão azul e os peixinhos lá em baixo a passear-se na sua vida comum, só dão vontade de mergulhar, mesmo vestido e tudo (risos)! 





Fábrica de Chá Gorreana

Nada melhor depois de um mergulho, do que lanchar um chá verde (a olhar para a sua plantação) e saborear um bolinho de ananás caseiro. 

Pela representatividade que esta fábrica tem na ilha de São Miguel, é culturalmente enriquecedor perceber como funcionam os seus mecanismos. 

Esta é a mais antiga e, actualmente única, plantação de chá da Europa. Desde 1883, 5 gerações têm mantido a tradição e as qualidades originárias no médio oriente.



A entrada na fábrica é gratuita e poderão caminhar pelas culturas de chá livremente. 

Se repararem na encosta, as plantações de chá prolongam-se até lá. 



Estes são os primeiros oito lugares que eu recomendo a não perderem em São Miguel. 

Fiquem desse lado, pois há pelo menos o dobro dos lugares para vos mostrar! 

Quem quer mais? 

Um beijinho, Pat