quarta-feira, junho 19

Quem tinha um blog em 2004, põe o dedo no ar!

Antes deste blog, tive quatro outros blogs. 
Criei o meu primeiro blog em 2004, quando tinha apenas 12 anos. 
Não sei o que é mais assustador. 
Mas uma coisa é certa, há quase quinze anos atrás eu quis ser blogger. 

Este blog caminha comigo desde 2012.  
Não foi concebido como um blog de mim para alguém. 
Foi um blog de mim para mim. 

Tinha a necessidade de escrever, não só para me ouvir, como também para guardar alguma bagagem que não queria que continuasse a seguir viagem no meu pensamento. 
Aprendi que libertá-la nos dá vida. E é assim que vou vivendo.
Aqui, depositei muitas vezes momentos em que fiz das tripas coração, como também momentos muito, mas mesmo muito, felizes.  

Este nunca foi um blog de moda. Nem de maquilhagem. Nunca foi um blog de viagens, nem de culinária. Nunca foi um blog concebido para ser um blog bonitinho com que alguém se identifique. Tal como aconteceu com os outros quatro.

Foi apenas o blog que eu quis que fosse. Uma espécie de diário de bordo. Uma espécie de não-sei-o-quê. Sem ordem, sem calendarização, sem pré "concebismos". Foi o que saiu em cada momento que me sentei diante do computador. Foi o que deixei que viesse cá para fora; o que jamais saberiam que tinha dentro de mim. Foi e continua a ser, embora talvez mais bonitinho agora (risos).


A blogosfera em 2004 era muito mais natural do que é hoje em dia. A maioria dos blogs eram diários, como aqueles que nos oferecem na pré-primária, mas que em vez de terem uma chave e um cadeado, tinham - tal como têm agora - uma janela para o mundo. 


Não havia pré-concebismos, repito. A vida era o que era e não se olhava para o que o vizinho do lado fazia. Ninguém se preocupava com números, porque ninguém vinha depositar conteúdo no seu diário a troco do que quer que seja. E era tão bom quando assim era.


"Já só tem gritos mudos quem quer", escrevi-o um dia. E acho que é o mote desta publicação. 


O mundo muda. E ainda bem. 


Dá-me piada quando oiço dizer por aí "esta agora quer ser blogger".


Ser blogger, influencer, youtuber, apesar de serem coisas completamente distintas mas que habitualmente se colocam todas no mesmo saco, é muito mais do que ser fixe. 

Do que aparecer. Do que querer aparecer. 
É tudo menos, números - embora, convenhamos, sendo a única forma que temos de saber se está alguém desse lado a "ouvir as nossas lamúrias" é lógico que apresentam a sua importância. Não vamos ser hipócritas! Mas se é essencial? Para quem ama para sí mesmo o que faz, é acessório (é a minha opinião e vale o que vale, especialmente porque se assim fosse, o meu blog tinha morrido em 2004 - risos). 
É tudo, menos fazer coisas para que os outros gostem. 
É tudo, menos ser o que os outros querem que tu sejas. 

É tão mais simples. 

É seres apenas aquilo que tu és. Porque só assim faz sentido. Porque só assim é que é possível ser-se inspiração para alguém, só assim é que é possível colocar amor em cada coisa que se faz, só assim é que é possível deixar que as coisas nos saiam naturalmente da alma. Mais importante que tudo, é seres transparente.


Quando oiço dizer que as bloggers, influencers e youtubers são pessoas fúteis, pessoas vazias, pessoas isto e pessoas aquilo, dá-me uma enorme piada. Este é um desabafo engraçado vindo da parte de pessoas que, na grande maior parte das vezes, eu não vejo fazer nada. 

Como assim pessoas fúteis e vazias, aquelas que querem transmitir-vos aquilo que sabem fazer melhor? Pessoas fúteis e vazias porque vos enviam o melhor das suas energias? Porque perdem o seu tempo a lutar pelos seus sonhos? Pessoas vazias que se fartaram do que viam na televião e criaram o seu próprio canal de sintonização? Pessoas fúteis e vazias porque têm uma paixão?
Pessoas fúteis e vazias porque trabalharam para ter o que têm e ainda tem que implorar muitas das vezes o respeito pelo seu trabalho?  Pessoas fúteis e vazias que perdem horaaaaaas a criar conteúdo para vocês? Durante anos, sem receberem um chavo por isso?
Ah! E esperem... pessoas fúteis e vazias em que marcas de renome confiam totalmente.

Pessoas fúteis e vazias são vocês, que se sentam no sofá a criticar o que nenhum de vocês teve coragem de tentar fazer. Ou fazer melhor. Perdoem-me! 


E só para que não haja dúvidas digo isto com o maior ciúminho saudável dessas pessoas fúteis e vazias que, pegaram nelas, lutam diariamente pelos seus sonhos e brilham! Tenho o dom de me inspirar numa série delas. Serei eu fútil e vazia também?  


Sou blogger desde os 12 anos. 

Quero dizer-vos isto porque às vezes basta mesmo só, ser. 
Se sou fixe ou não, não quero saber. Mas que gosto muito de o ser, é verdade. 

Isso é suficiente. 


SEJAM O QUE QUISEREM! E AMEM MUITO ISSO!

Porque quem um dia vos quis cortar as pernas, embora fique na fila de trás do espectáculo, conta como número de bilheteira.

Um beijo, 

Pat