O sentimento do meu primeiro dia de aulas numa cidade onde não conhecia ninguém até ao momento, não foi novo para mim. Quando vim viver para o Algarve, tive um dia parecido que guardo na minha memória. Mas nessa altura a minha consciência não existia tanto (risos).
Não saber ao certo o que nos espera, dá-nos um friozinho na barriga. É saudável sentirmos isto muitas vezes ao longo da vida, porque significa que estamos em progresso constante. Isso alimenta-nos a alma ao ponto de se querer tornar um viciozinho.
Tudo nesse dia foi novo.
Percorrer o caminho de casa até à paragem de autocarro, tratar do meu passe e apanhar transportes que nunca tinha apanhado, o extâse de não deixar passar a paragem certa do autocarro para sair (risos) e ter a primeira impressão da minha escola. Sozinha. wow!
Entrar, pedir informações numa língua que não é a minha, descobrir a sala de aula e ver pela primeira vez as pessoas que estão no mesmo barco que eu.... é um processo que dá uma ansiedade positiva tremenda e uma tranquilidade em simultâneo quando percebemos que está tudo a correr bem.
Assim que cheguei, pediram-me que me dirige-se para uma sala. Inúmeras outras pessoas de diversas idades lá estavam, naquele que era o seu primeiro dia de aulas também. Sorriamos uns para os outros num nervosismo sensato, porque a única coisa que nos unia naquele momento, era estarmos ali prontos para começar uma experiência semelhante. Ás nove horas em ponto, porque a pontualidade britânica funciona mesmo, uma professora entrou e explicou-nos como as coisas iam funcionar dali em diante.
Entregou-nos um teste de nível de inglês, com 80 perguntas de escolha múltipla. As perguntas iam avançando do mais fácil para o mais difícil e, automaticamente, os 30 minutos de resposta começaram a contar.
Lembrem-se que a pontualidade britânica também funciona quando é para terminar algo, ahah,
Quarenta e cinco minutos depois do término dessa prova, tínhamos as nossas turmas feitas consoante o nível de inglês que cada um de nós obteve! A aventura começou sem perdas de tempo. Logo de seguida, tivemos a nossa primeira aula! :)
A minha turma foi composta por 5 franceses, 3 espanholas, 1 arábe, 1 italiano, 1 alemã, 1 checo e eu. Toda uma mixórdia de linguagem aconteceu fora das aulas, mas dentro, os professores incentivavam-nos a falar sempre em inglês.
A forma como as aulas eram dadas, permitiam que cada um de nós mostrasse um bocadinho da sua cultura, o que acaba por ser muito interessante uma vez que estamos a beber conhecimentos sem que tenhamos que nos esforçar minimamente.
Por exemplo, na primeira semana o tema foi a Música. Em cada país existe um estilo predominante ou tradicional e pudemos falar entre nós sobre isso. Na semana seguinte, o tema já foi a gastronomia... e por aí fora.
As aulas não eram nada aborrecidas!! Em todas as aulas fazíamos jogos que nos obrigavam a trabalhar em equipas, o que fomentava muito a conversação entre nós. Numa delas, por exemplo, tivemos de ter uma ideia de restaurante que queríamos abrir, delinear a nossa estratégia de venda, menus, preços, decoração, local, animação, número de funcionários etc. e apresentar posteriormente para o resto da turma. No final, votar na ideia que mais tinha pernas para andar, claro!
Claro que existiam partes mais teóricas, pois na gramática não há muito que inventar. Mas havia sempre um exercício mais dinâmico, como por exemplo ouvir letras de músicas a aplicar a gramática nelas existente. É assim que o James Blunt com a "Goodbye my lover" nunca mais me sairá da cabeça (risos).
Os professores eram um máximo. Super jovens e divertidos. Isso também ajuda!
Mais não seja a irmos sair à noite, porque eles incentivam-nos a encontrar-mo-nos nos típicos PUBs para não ficarmos em casa a falar inglês com as paredes (risos). E melhor que isso, vêm connosco também. É óptimo termos o à vontade para ter uma conversa mais informal com um professor que nos pode ajudar a corrigir o que queremos dizer.
Relativamente ao ensino, a impressão com que fiquei é que é muito mais personalizado.
Existe uma real preocupação dos professores em entender quais são os pontos fortes e os pontos fracos de cada um dos seus alunos. Somos vistos como uma turma, mas sobretudo como pessoas individuais com diferenças entre si.
Todas as sextas-feiras é realizado um teste com os conteúdos que foram leccionados durante a semana, para que exista uma percepção dos conhecimentos adquiridos. Se uma pessoa se destacar, poderá passar para a classe seguinte, por exemplo.
Além disso, cada um de nós preenche uma folha onde referimos aquilo em que sentimos mais dificuldade e os professores aconselham-nos a fazer determinados exercícios ou actividades para melhorarmos activamente esses parâmetros.
E é isto malta!
Foram umas férias a estudar.
Mas nunca deu tanto gosto ir às aulas como desta vez, juro.
Beijinhos,
Pat
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