sábado, março 9

muito gajas



Dia da mulher são todos os dias em que um homem se lembra.

Apesar de tudo essa é a essência humana, agradar ao sexo oposto - com as excepções, ainda, pouco naturais que todos nós conhecemos, claro. Que importaria ser linda de morrer ou ter a inteligência a cima da média se acima de tudo não tivéssemos quem a admirá-se e a quisesse partilhar connosco? Eu penso que este é um dia injusto. Injusto não pela história que representa, mas pelas comemorações que se fazem actualmente dele. Talvez se deve-se encarar com mais respeito, numa espécie de luto por tudo o que aconteceu no passado e não como o dia em que tudo o que é loucas varridas sai à rua para demonstrar que está disponível para abrir as pernas. Desculpem-me os termos. Mas sempre que me lembro deste dia não consigo tirar da cabeça as "saias" que se vêem por aí, os pés torcidos em saltos altos nunca usados e os gritos histéricos por todo o lado a delirarem com strips, como se nunca tivessem visto um homem nú na vida. Isso e a quantidade de rebarbados que tiram a barriga de misérias para o resto do ano com raparigas lindas, que vagueiam podres de bêbadas por aí, sem perceberem bem com quem se deitam. 

Se isto é honrar o nome das mulheres... bem, deixo ao critério de cada uma. Eu cá acho que há maneiras melhores de demonstrar as inúmeras qualidades que temos. 


Posso sugerir a minha e das minhas amigas:
Vão a um shopping, comam todas as porcarias que durante o ano não podem por isto ou por aquilo; escolham cada uma o melhor vestido da loja e tenham uma fenomenal cena de gajas nos provadores. E por fim, abaquem-se por horas infinitas a sonhar sentadas nas poltronas da restauração até que o segurança vos lembre que já passa um pouco da meia noite e o nosso dia por fim acabou. E cuidado no regresso a casa, quem sabe não vem um carro cheio dessas loucas varridas em contra mão... 

quarta-feira, março 6

Tenho um amigo...


Conheço uma pessoa a quem dou valor. Não sei se lhe chame amigo, porque apesar de o considerar como tal há uma certa barreira entre a palavra e a realidade. Acho que todos nós sentimos isso por alguém: sentir que podemos depositar toda a confiança nessa pessoa sem que no fundo achemos que ela o vai fazer connosco também. É uma espécie de energias positivas que nos conduzem ao outro, sem que no fundo saibamos se têm ou não retribuição. E como no fundo eu acho que a amizade é uma equação onde duas pessoas dependem do valor uma da outra, talvez seja melhor dizer que é só um colega. Bem, chamem-lhe o que quiserem.
Essa pessoa é diferente; é especial. É especial no sentido de ter uma postura ética que vejo poucas pessoas da minha idade ter, especialmente quando se fala do sexo masculino. E aqui não há sentimentos a falar por si - cheguem para lá essas bocas mal falantes e podem deixar os filmes para quem os sabe realmente fazer -: há admiração. Sinto muito que muitas pessoas sejam estúpidas ao ponto de não verem o óbvio (na verdade vêem, mas a inveja é muita e dá nisto.. mas foi só um aparte). Na verdade, ele sabe adequar todas as suas atitudes às circunstancias conseguindo nunca ficar mal visto, transmitindo sempre o seu ponto de vista oposto sem ferir susceptibilidades. E isso nos dias de hoje é raro. Dar opinião é sinónimo de criar a uma guerra pegada para ver quem consegue manter por cima a sua ideia e ter a capacidade de manter uma postura ética que agrade a todos, conseguindo aliar isso a uma sinceridade notável, meus amigos, eu acho difícil e tiro-lhe o chapéu. Pelo menos, penso nunca ter conseguido agradar a gregos e a troianos, como eu acho que ele irá sempre conseguir com pessoas sem preconceitos (pré-conceito-feito).
Identifico-me, identifica-mo-nos talvez. A nossa grande diferença está no empenho. No empenho que lhe noto e que eu troco pela preguiça. Talvez a esta hora tenha terminado o estudo e eu ainda nem tenha chegado a meio...
Há pessoas assim. Muitas com quem nem falamos, mas que por passarem por nós na rua, nos despertam interesse ou que, por alguma razão admiramos. 
(E não falo de interesses comestíveis.)

Um bem haja a essas pessoas, 
fabriquem mais. 


terça-feira, março 5

Numa palavra "Portugal"

Esta é uma das fotos que explica a minha raiva ao país onde vivo, que vive do futebol e das polémicas que ele alimenta. Onde as medalhas de ouro ficam nos recortes e recantos, onde os representantes além fronteiras de desportos como o surf, o bodyboard entre muitos outros ficam esquecidos pelo povo que nem chega a saber que eles existem porque o seu nome é abafado, ou nem sequer pronunciado, pela imprensa podre que temos. Depois fala-se de crise... 
No meu dicionário fala-se de crise de ética, bom jornalismo, valores... e na falta de amor próprio ao que é nosso. Mas isso? É só a minha opinião.*


segunda-feira, março 4

wait



Se há coisa que devia aguentar um ano inteiro é o bronze natural. As pessoas ficam realmente muito mais giras e como o meu pai diria "transpiram todas um ar mais saudável" e animado! Diga-se que até gosto do frio, aliás do quente da cama, mas sem dúvida alguma que o frio das noites de verão têm muito mais a ver comigo. Especialmente as noitadas à pesca com a luz da lua como candeeiro. Tenho saudades, do verão, das cores do verão. Da pele salgada e do cabelo aos caracóis.
Apesar de defender que cada coisa tem o seu tempo, há uma certa ansiedade para ver o que os próximos meses me vão reservar. Talvez me tragam coisas novas, talvez deixem velhas para trás.
Que seja tudo bem melhor, eu espero.
Prometes-te.

domingo, março 3

2Março, Manif


E com certeza que estes não são os piores tempos jamais vividos no nosso país - pelo menos não vejo ninguém descalço e com uma latinha de brazas para aquecer as mãos no caminho para a escola -, mas apesar de tudo esta frase simplifica a minha angústia quanto ao que se está a passar actualmente. Angústia não. Tristeza. Estudo eu no país que não vai ter a capacidade de me receber de braços abertos no mundo do trabalho, que não me vai deixar ser mãe na idade certa, construir os meus sonhos na altura em que eles existem, porque me cortaram as asas muito antes de aprender a voar. MUDANÇA! É o precisamos. Não de história com "Grândolas vilas morenas", porque águas passadas não movem moinhos. 

Grande amigo, grande manifestação em tão poucas palavras.
Foto: João Sousa