Perdoe-me o amor de não lhe dar descanso. Perdoe-me, salvo seja. Se me desse descanso, eu calava-me. Descanso não vá.. razões para não falar nele. Tenho um amigo que gozará eternamente comigo por isto, certamente que para ele terei o rótulo da romântica conformada. Não é bem isso. Mas se há coisa que me dá gozo é poder escrever nas entrelinhas... e só o amor me deixa fazê-lo. E por isso cá vai disto.
O ser humano é muito estúpido. Se há coisa que eu não consigo entender, e perdoem-me a lentidão mental, é o porquê de duas pessoas que se amam não ficarem juntas. Pior. O porquê de duas pessoas que se amam se magoarem uma à outra.
Na primária, o elementar do um mais um ser igual a dois aprende-se no primeiro dia de aulas. O meu primeiro relacionamento considerado sério foi aos quinze anos e, ainda nessa altura, eu acho que não tinha percebido isso, fazendo um paralelismo com a educação básica das borboletas no estômago, bochechas coradas e o medo do primeiro beijo - o primeiro amor.
Mas caramba, agora falando com vinte anos - e não é que tenha muito a dizer/ensinar, pelo contrário - custa-me perceber a dificuldade matematico-lógica entre o amar e o magoar.
Eu não sou exemplo para ninguém, mas quando eu amo, eu amo. Só.
Eu acho que cada vez mais as pessoas tem medo de transmitir os seus sentimentos com intensidade. O medo tende a agarrar as palavras na goela e os momentos que poderiam ser perfeitos acabando com o esboçar de um «amo-te» em bom tom, ficam-se apenas por momentos bons que não chegam a fazer-nos levantar os pés do chão. Essa é a diferença. Nos dias de hoje as pessoas que gostam mesmo umas das outras resguardam-se mais, com receio da queda e da desilusão maiores, porque nenhuma das duas se revela completamente à outra. Porque é que eu hei-de dar tudo de mim a alguém que não mostra o que sente no fundo do coração?
Mas eles amam-se. E vivem juntos.
A medo.
Às vezes magoam-se. Faltam as palavras, intensas, nos momentos certos.
(Tenho notado que as visualizações ao blog dispararam para 11200... gostava de saber quem se encontra desse lado* )
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