«Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres.
Se voltarem é porque as conquistei,
Se não voltarem é porque nunca as possui.»
Jonh Lennon
Apaixonava-me por ele todos os dias.
Acordava mais cedo para o ver dormir. E adormecia mais tarde para poder ouvir a respiração profunda do lado de lá da cama, quase a um quilómetro de mim. Era a primeira a tomar banho porque sabia que os últimos minutos da manhã valiam ouro. Preparei-lhe o pequeno almoço quando fugia para ir correr e esperei até de madrugada que batesse a porta para saber que estava bem.
Apaixonava-me nos dias em que cantava de manhã enquanto se despachava e nos dias em que me abraçava porque não estávamos bem. Em todos os que o recebi de viagem com o jantar na mesa, do trabalho com um copo de vinho (se te contasse o que as estrelas me disseram nesses dias..). Apaixonava-me por ele quando estava doente, aborrecido e me trocava as voltas do jantar por uma canja de galinha.
Apaixonava-me nos dias em que cantava de manhã enquanto se despachava e nos dias em que me abraçava porque não estávamos bem. Em todos os que o recebi de viagem com o jantar na mesa, do trabalho com um copo de vinho (se te contasse o que as estrelas me disseram nesses dias..). Apaixonava-me por ele quando estava doente, aborrecido e me trocava as voltas do jantar por uma canja de galinha.
Apaixonava-me quando me encostava na bancada da cozinha a vê-lo lavar a loiça. Mas sobretudo quando a colocava com espuma no escorredor. Quando me dava fruta na boca, enquanto eu preparava o jantar, depois de termos corrido a meia maratona, que para mim equivalia a duzentos metros. E quando me armava em personal trainer e ele me obedecia. E vice versa.
Apaixonava-me por ele quando me imitava a escovar a cara no final de dia. Quando se deitava no sofá a ver a novela e a falar das suas actrizes favoritas. Ou simplesmente quando o tinha no meu sofá.
Apaixonava-me por ele, porque jantávamos quase sempre à luz das velas. Porque me sentia a pessoa mais pequena do mundo quando me abraçava. Apaixonava-me porque sorria quando eu era desastrada. Quando abria mal as embalagens do queijo, ou passava séculos à procura da abertura dos sacos do lixo.
Apaixonava-me pelos gostos diferentes de todos os rapazes iguais. Com ele podia ouvir fado e música portuguesa, como a que o meu pai me ensinou a gostar. Podíamos cantar para todo o mundo ouvir.
Apaixonava-me por ele quando o via contente; satisfeito com a vida. Orgulhava-me dele todos os dias, quando o ouvia receber elogios das outras pessoas, quando tinha as suas vitórias. Estive sempre lá para amparar as quedas. Fui saco de boxe também, sem querer. E se algum dia o fiz cair, foi porque eu também estava no chão.
Apaixonava-me por ele quando trocava os beijos na boca por beijos na testa. E me beijava com os olhos no elevador de casa sempre que saiamos de manhã.
Apaixonava-me por ele nas entrelinhas do silêncio. Nas mensagens que não me mandava e nas músicas que ouvia quando não estava.
Apaixonava-me ...
Patrícia Luz
24 Junho 15
Muito bom Patrícia. Muito bom mesmo!
ResponderEliminarJá havia um tempinho que não vinha ao teu blog, hoje atualizei-me, este foi o que gostei mais.
Continua ;)
Michel Brito