Talvez neste momento não se lembrem daquilo que vos uniu, nem do quanto gostaram um do outro. Acredito que o amor pareça ter sido demasiado curto para ter alguma importância agora e que o vosso maior desejo seja livrarem-se rapidamente desse período menos agradável por que estão a passar.
Infelizmente eu sei que o amor, por vezes, acaba. Defendo que todos temos o direito de poder dar uma nova oportunidade à nossa vida. E desejo a todos vós a maior sorte nessa reconquista pela felicidade. É preferível assim do que viver num engano.
Ainda não há muito tempo escrevi e incentivei todas as pessoas que não estão felizes a mudarem. Convosco eu não faria diferente.
Acredito que devemos batalhar até compreendermos que o sumo que estamos a extrair dessa batalha não está a ser doce o suficiente para nos alegrar a alma. Depois, devemos seguir. Seguir leves, com a certeza de que demos o nosso melhor. Mesmo que isso acarrete alguma dor nos primeiros tempos de conformação, que por vezes, para alguns, pode até durar a vida inteira.
Não é fácil acreditarem no que vos vou dizer. Estarão demasiado cegos a levar a vossa avante sem olhar para trás e é natural que existam sentimentos à flôr da pele. Uns de vocês com mágoa, outros com raiva, alguns tristes, outros felizes até por se verem livres de um ambiente tóxico. Papeladas para trás e para a frente, bens a dividir por este e por aquele, família ao barulho e até guerras desnecessárias à mistura, que nenhum de vós pensou comprar quando deram o nó. Outros mais conscientes e pacíficos.
Aquele cenário trágico de um barco a afundar, quando não houve mais ninguém a dar à manivela para o levar a bom porto. Aquele cenário de luz ao fundo do túnel, quando tudo terminar.
Eu sei.
Divorciem-se à vontade.
Mas só não se divorciem dos vossos filhos. Em nenhum momento.
Quero escrever-vos.
Divorciem-se à vontade, mas nunca se divorciem dos vossos filhos.
Nem das emoções deles.
Nem sempre tudo está bem depois de vocês ficarem bem.
Um beijo,
Pat
Eu sei.
Divorciem-se à vontade.
Mas só não se divorciem dos vossos filhos. Em nenhum momento.
Quero escrever-vos.
Nenhum filho merece o divórcio dos seus pais para consigo.
Em todos os momentos vocês continuarão a ter um papel na vida dos vossos filhos. E se divorciarem-se é a única solução para a vossa vida conjugal, lembrem-se sempre que nenhum dos vossos filhos teve culpa disso.
Nenhum dos vossos filhos deve sentir a vossa falta, porque onde quer que possam ir, devem manter-se presentes sempre. Nenhum dos vossos filhos deve carregar as vossas dores. Nenhum dos vossos filhos tem que escolher entre vocês os dois. Nenhum dos vossos filhos tem que ser comprado por um de vós com coisas. Nenhum dos vossos filhos escolheu nascer. Nenhum dos vossos filhos desejou ver a sua família desmembrada, por muito que possa ser o melhor nesse momento. Nenhum dos vossos filhos tem que vos ouvir falar mal um do outro ou ver-vos discutir.
Porque mesmo que vocês não se amem mais, os vossos filhos amam-vos.
Porque mesmo que vocês não se amem mais, os vossos filhos amam-vos.
Amam-te a ti, que és seu pai.
Amam-te ti, que és sua mãe.
Quero escrever-vos, para vos lembrar que no meio do vosso turbilhão de emoções, existe um outro turbilhão de emoções a acontecer em paralelo e que muitas das vezes vos passa ao lado: o dos vossos filhos. O que os vossos filhos escondem, porque já vos vêem tão aborrecidos com tudo o que vos rodeia, que não querem ser mais um peso na vossa vida.
Divorciem-se à vontade, mas nunca se divorciem dos vossos filhos.
Nem das emoções deles.
Nem sempre tudo está bem depois de vocês ficarem bem.
Um beijo,
Pat
Tema muito sensível e que devia ser mais vezes abordado sem dúvida alguma!
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