segunda-feira, dezembro 22

Famous Portugal











A Famous Portugal é a marca de roupa que vai dar que falar em 2015!
Com inspiração no surf e skate, esta é uma marca 100% portuguesa que apoia alguns atletas a nível nacional.  
Se ainda não sabes o que oferecer neste natal, faz já as tuas encomendas na página! 

Eu já sou uma Famous girl, e tu, de que estás à espera? 


Patrícia Luz 
22 de Dezembro 2014

quinta-feira, dezembro 18

Modo Lúcia-Lima



@ Todos os direitos reservados | Fotos: Patrícia Luz

Hoje não escrevo. 
Cheira a baunilha. Há qualquer coisa neste cheiro que me deixa em paz. 
Quase tão em paz como as noites de verão à beira mar plantadas dentro de um saco cama que tendia a ser pequeno para dois, quando o frio apertava. Não tenho saudades tuas. Não tenho mesmo saudades nenhumas tuas. Mas da paz dessas noites, tenho quase todos os dias quando acendo uma das inúmeras velas do meu quarto e recordo as minhas mãos gélidas a ajeitar o garrafão semi-cortado que fazia de cúpula àquele candeeiro artificial que inventámos. Único naquele areal imensamente deserto. E escuro, se não fosse a lua.

O chão do meu quarto é terapêutico. Eu sento-me aqui e perco a noção do tempo. 

Ás vezes o presente confunde-se com vários tempos verbais. Há nuvens por todo o lado. E quem me dera que fosse apenas o vapor aromático da lúcia lima a pairar no ar. 

Talvez amanhã.

Patrícia Luz 

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quarta-feira, dezembro 17

Home Sweet Home #1

Home Sweet Home 

Um dia ainda vou ser decoradora.













A minha mãe "ofereceu-me" uma casa vazia para dar asas à imaginação e não há coisa que me inspire mais do que procurar ideias para renovar aquele espaço à beira mar plantado. E porque acho que a nossa casa é um bocadinho de nós, decidi partilhar convosco tudo o que me deixa absolutamente "in love" e com vontade de voar para dentro do computador.


Patrícia Luz

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Página solta


«Respect yourself enough to walk away from anything that no longer serves you, grows you, or makes you happy.»


Se há coisa que eu tenho a agradecer a quem me tem feito mal é isto. 


- Ele traiu-me n vezes (...) 
- E dizes isso assim, a sorrir? 
- Direi-o sempre assim. Porque eu nunca perdi nada.

Sentia-me óptima. 
No dia em que o disse a sorrir já não se notavam as olheiras, escondidas ao longo dos últimos tempos pelo corrector de imagem que poucos desconfiavam existir naquele rosto modesto a quem a vida parecia correr sempre bem. Só a noite é guardiã dos segredos de uma mulher. E talvez só ela saiba em quantas perdi a mascara, que caia quando finalmente ninguém lá estava para julgar se as lágrimas eram mais ou menos transparentes. Nem eu sei que cor teriam, mas eram de fel.    
  
Sorrio cada vez que me lembro. Mesmo nos dias tristes.
O tempo passa e as mágoas também. O ego constrói-se de novo e a vida continua. 
É ... a vida continua mesmo. Mesmo que nesse momento aches que a luz ao fundo do túnel tirou férias para sempre. Lembro-me de pensar assim.

Foi exactamente no dia em que olhei para trás a sorrir que descobri que existem idiotas neste planeta. Não que eu fosse a última bolacha do pacote. Mas por perceber que «a vida é pequena demais para perdermos tempo a gastar energias em algo que não envolva amor*», e de certo que energias gastava ele mas não a fazer amor comigo. 

Dois anos depois agradeço-lhe. 

Aprendi que a vida se encarrega de abanar a árvore quando é preciso deixar os podres cair. E que depois disso, há uma nova primavera à nossa espera, com flores e frutos, doces o suficiente para nos perdermos de amor e errarmos de novo. 

Patrícia Luz
17 de Dezembro 2014
* Pedro Chagas Freitas




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domingo, dezembro 14

Decepções




«Se for para ser filho da "mãe", seja desde o começo, porque ninguém merece achar uma pessoa legal e logo depois descobrir que ela não presta.» Soja


Odeio decepcionar-me com pessoas.
Aquela sensação do chão a fugir-nos dos pés quando construímos um castelo e pusemos alguém no alto do pedestal, quando não merecia sequer um degrau, é aterradora. Quase como saltar de um prédio de vinte andares sem pára-quedas. 

Odeio decepcionar-me com pessoas. 
Sentir que são de bem e de princípios. Que existem valores que as movem e que as fazem merecer um lugar de respeito na minha vida. E depois vê-las indirectamente quebrar tudo isso. 

Odeio decepcionar-me com pessoas. 
Ver de ante mão os fins a justificar os meios inglórios por que caminham. A trepar cabeças sem dó e a roubar corações sem piedade, com objectivos pré-definidos. 

Odeio decepcionar-me com pessoas.
Depositar nelas alma, coração e amizade. Quando tudo isso só faz sentido enquanto lhes é útil e convém. 

Odeio decepcionar-me com pessoas. 
E mesmo assim querer-lhes bem.


Patrícia Luz
14 de Dezembro de 2014

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segunda-feira, dezembro 8

Lisboa, meu amor

Lisboa, 8 de Dezembro de 2014
00.52 a.m


- Tu és uma pessoa solitária, não és?
- Não. Eu sou uma pessoa sozinha que não deixa de viver as coisas boas da vida porque este, aquele ou o outro não pode, não quer ou não lhe apetece.


Esta manhã acordei cedo.
Não é que não me apetecesse dormir até ao meio dia, lutando contra os freixes de luz que o cortinado deixava entrar neste quarto onde agora repouso os pés cansados de tanto andar.
Foi a barriga a dar horas que me fez trocar o quentinho dos lençóis por um English Breakfast na companhia do meu iphone. 
Enquanto as torradas me preenchiam o buraquinho no estômago, simultaneamente os meus dedos corriam as redes sociais do momento em busca de nada, a não ser de ocupar os olhos. (Esta coisa de ocupar os olhos tem que se lhe diga. Especialmente quando sentes que tens mil pessoas a olhar para ti só porque és a única a tomar o pequeno-almoço sozinha num domingo de manhã.)

Pensei seriamente voltar a deitar-me. Mas depois de ofuscada com o dia solarengo de inverno que via do lado de lá da janela, era um crime fazê-lo. Liguei o computador e simultaneamente a algumas pessoas que não me atenderam o telefone; eu e a minha mania de acreditar que toda agente acorda cedo a um domingo.

Google. “Agenda Cultural de Lisboa”.
A única coisa que realmente me interessava era ir ver uns quantos museus que por ser o primeiro domingo do mês lá davam umas borlas ao pessoal, mas por sinal ficavam todos na conchinchina e acabaram por me fazer abortar o plano muito antes de o delinear. É que eu até gosto de aventuras. Mas as aventuras nos museus deixo-os para as séries televisivas da TVI.

Vesti-me e sai porta fora.
A melhor solução para resolver um dia de sol quando estiveres sozinho é assim mesmo. Primeiro que tudo sais porta fora e depois… logo se vê. Foi o que fiz.

E sabem que mais?
Depois de perceber que era das poucas pessoas a beber um copo sozinha num roof, a estar num miradouro a contemplar Lisboa, a subir até ao castelo de são Jorge, a percorrer as ruelas de alfama, a visitar a igreja da sé, a subir o Arco da rua Augusta e percorre-la de lés a lés, a desenhar num banco de jardim ou simplesmente a passear pelas ruas do chiado, tudo isto a pé, apercebi-me do quanto gosto de mim.  Apercebi-me que realmente é preciso coragem para ser uma amante da vida a sós.

Apercebi-me que só pessoas assim podem estar dispostas a gostar realmente de alguém. Porque esse alguém nunca será a calçadeira para o sapato. Mas sim a graxa para lhe dar brilho. 

E é apenas a falta de pessoas assim que me faz correr Lisboa de mãos nos bolsos, quando parece que não faltam mãos para se dar.

Patrícia Luz 










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sábado, dezembro 6

«Porto Sentido»

6 de dezembro de 2014
1.46 a.m 

Falar do Porto é não ter palavras. 
Cheguei a essa conclusão quando pela terceira vez que aqui me sento não consigo passar cá para fora mais do que as imagens que me ocorrem momentaneamente na cabeça ao olhar esta tela branca.

Descrever o Porto é limitá-lo. E se há coisa que não tem limite é o sentimento que nutrimos por algo de que gostamos muito. Não é? 

É por isso difícil dizer-vos em palavras o quanto nos sentimos pequeninos junto aos aliados, sem vos pedir que olhem à vossa volta e se percam na arquitectura detalhada no granito imponente daquela praça. 

É difícil dizer-vos que tocar o céu poderia ser subir a torre dos clérigos e que é possível sentirem-se a levitar se olharem a ponte de D. Luís de cima para baixo e a imaginarem a fugir-vos dos pés. 

É difícil descrever-vos o azul do Douro, porque ele não é só azul; ele é as casinhas coloridas da ribeira reflectidas, as gondolas castanhas carregadas de pipas e os candeeiros amarelos na noite cerrada. 

É difícil descrever-vos em palavras o cheiro das manhãs douradas, as cores das folhas dos plátanos caídas no chão. A paz dos jardins pela cidade espalhados.

 O mar. O beijo do mar. 

É difícil dizer-vos a que sabe o Porto, sem vos meter um copo e um prato na mão e fazer-vos engordar de satisfação. 

É difícil fazer-vos acreditar que frio é apenas o que sentem à superfície do corpo. E que a sensação de termostato avariado existe mesmo quando abrem a boca para falar com alguém na rua. 
Por muito que a vossa boca fumegue de frio, o vosso coração vai estar quente e a vossa alma cheia. Porque quando isso acontecer a pessoa a quem se dirigiram já tirou o casaco e vos embrulhou de simpatia e predisposição para fazerem da sua a vossa casa.  

É difícil dizer-vos em palavras que a magia existe. 
Mas se perderem uma noite com alguém que canta convosco Rui Veloso em tom desafinado para as estrelas ouvirem, enquanto deixam Vila Nova de Gaia para trás das costas e aquecem as mãos nos bolsos dos casacos, vão ver que o Porto permite que todas as pessoas se tornem mágicas. 

É difícil dizer-vos em palavras que os homens do Porto têm charme. Que não são uns pintas, como os Lisboetas empresários que vagueiam pelas ruas de cara fechada e olhos no chão (não querendo generalizar).
Os homens do porto têm charme porque andam aos pares pelas ruas, num andar despreocupado de quem nada tem a perder. 

Os homens do porto olham-te nos olhos e sorriem. E mesmo que mais nada digam, tu ganhas o dia mil vezes ao dia e és feliz sem o seres. Mas isto é suspeito. Talvez seja porque tenho uma tara por homens de fato, sobretudo e cachecóis, e digamos que o frio do norte os põe em vantagem.

Falar-vos do Porto é uma perda de tempo. 
É quase como falar de amor sem o pôr em prática. Ter a mulher da nossa vida do outro lado do mundo e estar acomodado do lado de cá sem decidir dar corda aos sapatos. Ou simplesmente acreditar que o tempo cura tudo quando não te atreves a ter medo e ir com medo mesmo. 


Viver o Porto é outra conversa.
E se é difícil dizê-lo em palavras, de corpo e alma foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. 

Patrícia Luz























Ficam os meus agradecimentos aos Hotéis Real por me proporcionarem a realização de um dos meus grandes desejos para 2014, especialmente por ter sido na melhor das companhias (!!) e de forma tão inesperada! Obrigada. Obrigada. Obrigada!

E ao Flávio - porque ele me obrigou a escrever isto, claro - pelos serões e por me apresentar a Matosinhos, a Leça e à Foz. Já somos todos amigos! eheh (espero que depois desta frase não cortemos relações).


P.S. Porque é mesmo difícil, peguem em vocês e vão até lá comprovar tudo o que tentei dizer.

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