sexta-feira, dezembro 21

Um passeio por VIENA | Aústria - Dia 1


 "THE WORLD IS A BOOK. THOSE WHO DON'T TRAVEL READ ONLY ONE PAGE."


Eu não sei quem o disse, mas não podia estar mais de acordo. 
Aquela frase cliché que diz que viajar é a única coisa que compramos e nos deixa mais ricos é algo que faz cada vez mais sentido no meu modo de estar na vida. 
Viajar e comer bem são as duas coisas que me fazem gastar dinheiro sem me arrepender, porque são duas coisas que contribuem exponencialmente para a minha felicidade e conhecimento. 
Quem não se atreve a conhecer novos lugares, novas línguas, outras culturas, ter novas experiências e lidar com contratempos, estará destinado à rotina fechada de uma mente sem asas para voar. E isso? Eu não quero para mim.   


Há algum tempo que quero ir a Viena de Aústria. 
Perguntar-me-ão porquê Viena, quando a maior parte das pessoas da minha idade ambicionam ir a Nova Iorque, Dubai ou qualquer outra cidade megalómana de estatuto WOW, que é como quem diz com uns quantos prédios grandes para caraças ao ponto de nem caberem na lente da máquina fotográfica, onde não se dorme por existir tanta coisa para fazer e beber uma garrafa de água é quase equivalente a comprar uma garrafa de Möet Chandon. E a resposta é fácil. 
Não tenho qualquer fascínio por cidades novas, sem sangue azul e peripécias históricas. E Viena, desde as aulas de Economia do meu 12º ano, que está a chamar por mim.

Na altura tinha uma professora apaixonada por ópera, ballet e música clássica. Ela passava para todos aqueles com quem falava desta cidade, a sua paixão. Chegava a ir passar o fim de semana à Aústria para assistir a espectáculos de renome. Aquilo ficou-me no sentido.
Viena deveria ser de facto uma cidade cultural fantástica. 

Também a minha mãe já lá tinha ido e me fazia comentários semelhantes, pois gostava de lá voltar. 
Andei a tentar programar viagem, para ir no no meu aniversário, pois nos últimos três anos já quase que se havia tornado tradição festejar este dia fora do meu país de origem (Açores, Roma, Paris). Contudo, estes foram planos adiados porque o meu trabalho me fazia correr a um ritmo alucinante, aproximava-se o natal...  e eu não estava certa se teria dias livres, nem disposição para ir viajar, tendo em conta o cansaço acumulado que sentia.

Foi o meu aniversário e eis que alguém se esteve a marimbar para isso e fez o que eu mesma devia ter feito: reservou a viagem, ofereceu-me de prenda dos 26 e "cá vai disto".

"- Voamos dia 13 de Dezembro.",disse.

O resto pouco importa.

Assim, começou este passeio.



O aeroporto de Faro tem vôos diretos e, por isso, foi quase à porta de casa que apanhámos o avião. Três horas e meia depois estavamos na capital Austríaca e dois dias depois, de regresso a Portugal. 
O tempo foi curto e por isso não conseguimos visitar tudo o que desejávamos, mas como já é habitual, trouxe o melhor para vos contar aqui!!!  Certamente será suficiente para vos lançar o bichinho de viajar até lá, espero! 

Viena foi eleita sete vezes consecutivas como a cidade do mundo com melhor qualidade de vida. Motivos como a qualidade dos serviços de saúde, educação, infraestruturas e estabilidade económica, estiveram no topo desta eleição. É ainda de realçar a baixa taxa de criminalidade que faz jus à sua vitória face a uma série de outras grandes cidades que competiam a par e passo por este lugar, tais como Paris, Londres e Nova Iorque. 

Querem mais motivos para ter interesse em lá ir? 

Ok. É dona do segundo maior rio do Continente Europeu, o rio Danúbio e, tem dentro dos seus monumentos megalómanos, ruas, estações de metro e até mesmo pessoas, a História, Cultura e Arte que imaginei na minha cabeça quando ouvia a professora de economia do 12º murmurar entre as licões do PIB per capita e as variações do salário mínimo mundial, o quão maravilhosa era esta cidade para sí. E já que falamos nisso, fiquem a saber que o salário mínimo na Aústria é de 1500€ tendo em conta 40 horas semanais. 




Chegámos por volta das 21h30 com um aviso - que nos lembrava como o alemão é uma língua realmente diferente -, de que a temperatura na rua rondava os zero graus celsius (antigamente, graus centígrados, para quem quiser aprender algo como eu aprendi agora). 

Breeeeeeeeee! 
Isso é sinal de que as fotos que vos vou mostrar nos próximos dias não vão dispensar um bom casaco, collants, meias duplas, luvas, cachecol e gorrinho. A parte menos boa de quem não é fã de andar enchouriçada, confesso.

                     

Posto isto, e depois de percebermos que de facto tinhamos chegado a uma cidade de infraestruturas à séria a medir a olhómetro o tamanho dos corredores do aeroporto, fugimos do CAT (um comboio rápido que liga o aeroporto ao centro de Viena - que custa desde 11€) e, inteligentes como fomos - modéstia à parte, claro -, apanhámos o comboio "normal" até à estação de metro mais próxima que custou apenas 2,30€ por pessoa. 
Por isso, para quem pensa viajar para Viena, este é o meu primeiro conselho. Esqueçam o CAT! :) 

Avistada a primeira estação de metro, eis que nos surge a primeira pergunta retórica: 
"Vamos andar de transportes públicos ou a pé?"

Habitualmente, em cidades europeias de geografia plana, optamos por gastar as perninhas e palmilhar tudo o que é rua com os olhos. O que eu aconselho vivamente, pois apesar de gastarem a sola dos sapatos e terem de fazer algum cardio ao pulmão, esta é a verdadeira essência de conhecer os cantos e recantos de uma cidade. Já para não falar que sempre mantemos o bolso um bocadinho mais pesado para o que der e vier por algum tempo (€). Na verdade, o tempo suficiente até encontrarem a primeira lojinha de souvenires (eheh).

Viena é uma cidade plana. Contudo, tinhamos dois dias, já com um programa mais ou menos delineado (usámos o site https://www.tudosobreviena.com/ e a App do Google Trips para isso - Recomendo muito!!) e se há coisa que não havia de sobra era o tempo. Isso, a juntar ao frio que já nos entrava pelas frechas das calças da moda, rasgadas no joelhos, vai lá vai! 

- Vamos de transportes! 

Voilá! É aqui que volta a lâmpadazinha mágica do pré planeamento de uma viagem, que nos diz que existem passes de 24h, 48h e 72h. E eis que o de 72h já viaja connosco no bolso (17,35€ por pessoa), rumo a ALSER STRABE, lugar do nosso hotel! 

Para todos os viajantes habituais, não é novidade dizer que, deixar a reserva de alojamento para último (tipo uma semana e meia antes de viajarem) não é de todo uma boa ideia! Os preços vão ser mais caros, pois a taxa de ocupação dos hotéis já mais elevada e, meus amigos, também aqui se aplica a lei da oferta e da procura. Assim, posso-vos contar que não escolhemos o melhor hotel do mundo, mas escolhemos uma cama confortável, com casa de banho privativa e a melhor localização que podiamos ter imaginado. Caso vão a Viena, recomendo-vos procurar algo na zona desta estação de metro. 

Ansiosos por saber o resto, tanto quanto nós estavamos quando finalmente deitámos a cabeça nas nossas almofadas?! 

Fiquem desse lado para saberem o que realmente interessa!

(...continua)

Patrícia Luz

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