Nada como o video acima para fazer jus a algumas das coisas que vimos neste segundo dia de viagem a Viena. Confesso que o frio não me inspirou a tirar as mãos muitas vezes das luvas e bolsos. E por isso, filmar foi mais rápido e eficaz.
Conhecida pelos seus espectáculos de ópera, não quisémos visitá-la sem poder assistir a um. Por isso, ainda em Portugal, acabámos por reservar um pacote que nos dava também acesso à visita do Palácio de Schonbrunn, bem como a jantar lá.
Iniciámos a nossa manhã com um hot chocolate nas mãos em direcção ao palácio de Schonbrunn. Lá, fizémos o levantamento dos nossos ingressos pré reservados e seguimos para a entrada. É de referir que o palácio tem capacidade limitada de pessoas no seu interior e, por isso, é necessário respeitar a hora de entrada no ingresso.
Como ainda faltava um pouco para a nossa hora, aproveitámos para dar uma vista de olhos no primeiro dos três mercadinhos de Natal que conseguimos visitar em Viena. Por lá, várias peçinhas de artesanato, comes e bebes típicos, mas principalmente um frio de rachar, foi possivel experienciar.
Chegada a nossa hora e sem perder tempo, refugiámo-nos nas salas majestosas do século XVIII e, graças ao audio-guia incluído também, pudémos apreender um pouco sobre a história por detrás de cada uma das enormes telas decorativas e utensílios lá presentes. A melhor parte foi que o pacote que comprámos incluia o "Grand Tour" pelo palácio e, desta forma, conseguimos visitar muitas salas que outros turistas não pagaram para ver.
Posto isto, a fome apertava e como ainda tinhamos toda a parte exterior do palácio para visitar, nada como uma paragem para petiscar no mercadinho de natal. Provámos uma bruchetta de queijo e um género de bifana de salsicha (sim, vão rir-se ao ler isto, mas não estou a ver a melhor forma de explicar o aspecto daquilo, ahah!).
O frio apertava e os aquecedores de rua estavam em overbooking. Não havia nem um cantinho para aquecer os pés. Ainda recorremos ao vinho quente para nos aquecer a alma, mas, pessoalmente - e para bom português, meia palavra basta -, o sabor era horrivel.
Aqui, ainda ponderámos se iamos conseguir subir esta encosta para disfrutar da tão esperada vista lá em cima. Confesso-vos que a esta altura, apenas tinha os olhos fora do meu cachecol XXL e os meus pés pareciam pedras de gelo a andar... imaginem vocês onde?! No gelo!
A imagem a cima fala por sí. Acho que é possível ainda congelar a olhar para ela.
Contudo, quem sabe se não conseguimos voltar a Viena? Não podiamos perder esta vista! Quanto mais subiamos, mais frio sentiamos... o ar parecia ficar cada vez mais difícil de respirar.
Mas para vossa alegria, informo que no topo da subida têm à vossa espera um café típico Aústriaco onde podem reconfortar-se. Sim, porque não querendo ser desmancha prazeres, não se esqueçam que quem sobe, depois tem que descer.
Finalizado este percurso, era impossível pensar noutra coisa que não um banho a ferver.
Dirigimo-nos ao hotel para descansar um pouco, pois às 18h00 tinhamos encontro marcado para jantar e, sendo inverno, anoitece cedo. Como os lugares esgotaram no palácio, fomos informados de que nos deviamos dirigir ao Hotel Marriot ali mais próximo (bastava atravessar a estrada). Lá, disfrutámos de toda a pompa e circuntância que um jantar pré opera merece.
Seguidamente e sem demoras, dirigimo-nos à Orangerie do palácio, onde já se sentia toda uma aúrea glamourosa, elegante e muito educada.
Deixados os casacões à porta, um cocktail dava as boas-vindas a quem aguardava a entrada na sala de espetáculo.
Quando digo que fui à ópera existe sempre a mesma curiosidade: e o que vestiste? É preciso ir muito bem vestido?
Não. É apenas preciso um bocadinho de bom-senso. Ninguém vai assistir um concerto de fado de calções de ganga a mostrar o rabiosque, muito menos a uma ópera de fato de treino, certo?
Como vos disse anteriormente, o clima que se respira é de muita elegância e classe. E se vocês quiserem experienciar o verdadeiro espírito da coisa, nada melhor do que corresponder à etiqueta e indumentária. Mas se forem com uma roupa singela ninguém vos deixará à porta. A maior parte dos turistas visitam a ópera de forma muito natural e simples. E.. vá lá, às vezes basta uma maquilhagem para fazer toda a diferença (e, essa, não tem desculpas para não viajar na mala de medidas low cost). ;)
Em relação ao espectáculo, eu recomendo-o a todos aqueles que forem a Viena.
Na minha opinião não é preciso ser um amante de ópera, basta sem um amante de música e cultura para disfrutar desta experiência.
Para a maioria de nós, não é todos os dias que se tem o previlégio de poder assitir a um espétaculo deste género, por isso, acho que é uma experiência única para a vida.
Se sairem e detestarem, pelo menos poderão dizer com justa-causa: "Eu não gosto de ópera" e quem sabe até se não se auto-surpreendem.
Além disso, este não é apenas um espetáculo de vozes fininhas e pontiagudas como se imagina quando se pensa em ópera. É, sim, um espectáculo harmonioso que conjuga dança clássica, contemporânea e música no seu estado mais puro da palavra.
Para casar com tudo isto, um jogo de luzes aquece e envolve todo este ambiente.
É de realçar que qualquer palavra proferida entre actuações, vai ser fuzilada pelos olhares dos verdadeiros amantes. O silêncio é imperativo!
E não, não tenham vergonha de tirar a fotografia que tanto anseiam no final do espectáculo. Mais de 50% da plateia terá vontade de fazer o mesmo e não o faz apenas por vergonha de quebrar a classe do momento, já que durante todo o espetáculo é impensável tirar o telemóvel para filmar à "cara-podre" pois, responsáveis de sala circulam envergonhando os mais atrevidos.
Mas no final... ninguém vos conhece. E posto isto, tendo eu dado o primeiro passo, muitos foram aqueles que me seguiram as pisadas.
Todo este pacote custou 99€/pessoa e podem reservar aqui.
Para finalizar este dia longo, gélido e de emoções inesquecíveis, nada como sair a porta da Orangerie do palácio et voilà!! ESTAR A NEVAR!!
Juro, que fiquei louca de alegria por ver nevar!
Não era a primeira vez, mas sei lá... acho que somos eternas crianças felizes com este cenário.
Durante todo o caminho até ao metro, fui saltitando, a comer pequenos flocos de neve, equilibrando-me nos pequenos saltos altos para não cair.
E porque a noite é uma criança, nada como um cocktail antes de regressar ao hotel num dos nossos café/bar/restaurante de eleição daí em diante em Vienna: o Caffée Latte. Recomendo este local para quem quer passar um agradavel serão de fim de noite, para comer uma sopa quentinha mas também pelo seu Brunch de Domingo que, apesar de não ter experimentado, parece ter uma boa qualidade-preço. Este espaço era mesmo ao lado da nosso hotel e, como tal, elegemo-lo quase como "a nossa sala de estar".
Amanhã conto-vos, por fim, o meu último dia em Viena! Se acham que o frio ficou por aqui, esperem para ver!
Um beijinho e boas viagens, Pat
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