quarta-feira, janeiro 9

ZMAR Eco Experience | Quem vai voltar?



 Melhor do que crescer no campo, é poder relembrar todas essas aventuras num outro lugar como se nos sentissemos em casa. Foi exatamente isso que senti, quando a cancela da portaria do ZMAR se fechou e deixámos aqueles 80 héctares para trás das costas. 

Quando era pequena, tive o previlégio de crescer com os pés na terra. Diáriamente, a par e passo com o meu avô na sua pequena horta e, nas férias, no restolho sem fim à vista das planícies do Alentejo. 
É impossível esquecer os dias em que semeava pinheiros em frasquinhos de iogurte - que na nossa casa eram reciclados para esse efeito - para depois serem transplantados para a terra, ou aqueles em que acabávamos o final de tarde com um passeio de bicicleta pelos caminhos de terra batida, onde só os tratores chegavam para alimentar as vaquinhas que, tão ansiosamente, aguardavam assim, a sua última palha do dia. 

Inesquecíveis também, são os banhos de mangueira, de água aquecida pelo sol, depois de uma manhã de praia; muito menos aquele peixinho acabádo de recolher na lota do Porto de Sines a saltar-nos grelhado para a mesa.   

E as estrelas? Só quem já se deitou à noite num fardo de palha a contemplar o céu do Alentejo, entenderá. Já vos tinha falado sobre isto neste meu outro post. 


    

O ZMAR é um pouco disto tudo. Mas numa casa diferente. É uma casa maior, muito maior. 
É uma casa onde cabemos todos nós. Todos aqueles que o visitam.

É um lugar de paz.  É um lugar de pessoas que a procuram. E que ali a encontram. 
É um lugar de famílias. Ou de quem sonha ter uma. 
É um lugar de pessoas com Atitude que Transforma. De pessoas que se preocupam com o futuro do mundo. Económica, ambiental e socialmente falando.   

E eu não podia gostar mais disto. Quem me conhece, sabe... Eu não podia gostar mais disto! 


 Pequenas casinhas de madeira com o essencial para um fim de semana (ou férias) em cheio, fazem-nos sonhar como seria viver num pequeno mundo não consumista, cheio de pessoas despidas de valores supérfluos, que valorizam apenas o que é invisível aos olhos. 

O cheiro a madeira, o cheiro a relva molhada, o cheiro a animais no seu habitat natural. A geada a esbranquiçar a relva pela manhã. O silêncio. O silêncio roubado pelo palrear dos pássaros, pelo zurrar dos burros, pelo cantar dos galos ou cacarejar das galinhas. O poder da luz de um pôr de sol na enseada. O cheiro a maresia. O calor de inverno depois de almoço. O frio depois de jantar. A casinha na árvore que sempre sonhámos ter quando eramos crianças. Os caminhos que pedem roupas velhas, para sujar. Para sentar no chão, rebolar na relva, ou abraçar um gato desconhecido que vos pede mimo.       

A Natureza no seu esplendor.  



Também podemos falar de comida. 

Como Hoteleira que sou, sei que comer em hotéis nem sempre nos surpreende. Mas eu tenho que dizer que o ZMAR me surpreendeu muito pela positiva!!! Talvez porque, como vos disse, não chamamos a isto hotel... podemos chamar com toda a certeza: Casa.

Consigo guardar o paladar daquelas lulinhas grelhadas ao jantar, daquele sumo de laranja acabado de espremer e daquela batata doceeeeeeeeeeee... que tanto me lembrou as que apanhava com o meu avô na sua horta. 
Aqui, os sabores sabem a original. Aos que me ensinaram ser, "os verdadeiros sabores originais".
E isto, para pessoas como eu, que adoram comer, não há dinheiro nenhum que pague.
Para mim, acrescentou muito valor a este lugar-luz. 



 Barriguinha cheia, nada como um passeio a respirar ar puro.
Aquele que já pouco se respira, sabem?


Foi assim que acabámos a conhecer os animais da quinta pedagógica.

Pelo caminho até lá, fiz amizade com um gatinho muito friendly que se encaracolou nas minhas pernas. Fez-me ter saudades do meu.

Amor. Acho que numa palavra, só consigo descrever assim o que se fica a sentir por todos estes bichinhos fofos.
É bom perceber que tão perto de nós, eles também se podem sentir felizes e fazer-nos igualmente a nós.

Por lá, várias crianças estavam em extâse. Poderem fazer-lhes festinhas e dar-lhes comida na boca, fez com que distinguissem ovelhas de cabras, araras de papagaios, burros de cavalos e pudéssem voltar a casa com a certeza que, talvez um dia, possam tornar-se veterinários.
 É bom este misto de sentimento, não é?


 

 Eu cá apaixonei-me pelos burritos. Acho um animal tão amoroso. Aquele olhar triste, mas simultâneamente aquelas orelhas grandes quase até aos céus. Passámos algum tempo a dar-lhes algumas bolotas que apanhámos no chão, no caminho até lá. Passados alguns minutos de festas e paparoca, parecia que nos conheciamos há muito tempo. 

E este retrato ficou um máximo depois ter dito que iamos tirar uma foto para a posteridade. Puseram-se em fila, quase como que entendessem!



As cores. 

Cada fase do dia tem as suas. Relembro as minhas favoritas: as douradas.

Esta foto foi tirada logo quando chegámos e decidimos aproveitar o final de tarde na piscina de ondas aquecida. Lá, em pleno Janeiro, é possível ver o sol baixar, raiando as janelas, até se pôr lá ao longe, lá no mar. O ambiente quentinho que se faz sentir tendo em conta o frio lá fóra, faz-nos quase voar para um sítio paradísiaco, enquanto miúdos e graúdos nos vão salpicando com os seus mergulhos felizes nas ondas momentâneas que ali são provocadas. 


E porque há trabalhos que não nos largam nem ao fim de semana e por vezes precisamos aproveitar estes pequenos paraísos com o computador na bagageira do carro, para mal de todos os nossos pecados, não se apoquentem. Existe uma sala perfeita para enviar aquele email que ficou pendente, enquanto todos os seus companheiros de viagem jogam ping pong ou vêem um pouco de televisão após o jantar! 
Acredite que tudo parece sair com maior brio enviado a partir daqui. Por isso, não tem desculpas para não fazer a mala e partir de onde quer que esteja. 




Não podia deixar de vos contar, que no meu dia-a-dia, sou assistente de Qualidade & Projectos de um grupo hoteleiro português e que uma das nossas missões e responsabilidades é presarmos cada vez mais pela responsabilidade social e ambiental de todos os nossos colaboradores e clientes.

 Poder inspirar-me neste modelo de negócio foi sem dúvida um óptimo reiniciar de ano.
Trazer um bocadinho dele para o meu dia-a-dia, para a minha casa e para os meus, é com toda a certeza a confirmação de que esta é uma verdadeira "Eco Experience".

Eu vou voltar já este fim de semana e vocês, de que estão à espera?





 Um beijinho,
PAT

1 comentário:

  1. Brilhante, como com as tuas palavras conseguimos sentir um bocadinho de todas as sensações que nos transmites! É essa a verdadeira essência de quem escreve e, principalmente, de quem lê! :)
    Mais posts assim, por favor! :)

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