A vida vai passando por nós.
O tempo vai fugindo e só quando nos apercebemos que algo já passou é que damos por nós a pensar sobre o que poderíamos ter feito e não fizemos.
Com o passar dos anos fui perdendo pessoas de quem gostava muito. Todos perdemos. Mas eu nem me apercebi do quão importantes eram aquelas pessoas em específico e o quanto as devia ter mimado ainda mais. Quando era mais pequenina, nem dava valor ao valor que o tempo tinha. Ainda hoje é assim, por vezes. Há semanas que passam e nós nem damos por isso: tão depressa é segunda, como a seguir já é sexta e o tempo passou. Assim como depois vem novamente a segunda e não fizemos nem metade do que gostávamos de ter feito no fim-de-semana. Às vezes por preguiça, outras por tempo gasto em coisas desnecessárias, energias gastas com pessoas ou coisas sem energia, outras por desculpa: porque chove, porque faz sol, porque sim, porque não.
É sobre o tempo que eu quero falar.
Especialmente o que voa.
O que voa sem que tenhamos as pessoas que amamos por perto. Sem que viajemos aos lugares que sonhámos, sem que tenhamos conhecido um estranho que vinha com o objetivo de mudar a nossa vida, ou aquele em que não brindámos com os nossos melhores amigos porque chovia e não apeteceu sair de casa.
Mas especialmente do tempo em que não temos as pessoas que amamos por perto. Porque os lugares mantém-se lá, os estranhos serão sempre estranhos e os amigos, se forem de verdade, estarão lá também... porque apesar de tudo, teremos sempre tempo para a amizade.
Outro dia a minha mãe ligou-me. Ela é aquela pessoa que me esconde sempre que as coisas estão mal só para não me preocupar demasiado. Normalmente conta-me as coisas com os verbos conjugados no pretérito perfeito, do tipo "Ontem não estive muito bem, mas hoje estou", coisas assim. Mas no outro dia ela ligou-me e disse "O teu avô não tem estado muito bem" e aí eu dei por mim a preocupar-me a sério com o TEMPO.
Os dias passam e o meu avô está longe. E nesse momento eu dei por mim a pensar como o tempo tinha voado desde a última vez que o vi.
As prioridades diárias com o trabalho,com as prioridades que nem sempre são prioridade e afazeres que podíamos deixar para depois mas não deixamos, roubam-nos muitas vezes um tempo tão prioritário como aquele que nunca mais voltará atrás.
Foi por isso que tirei férias.
Tirei férias para deixar as prioridades para trás e ir viver um tempinho com o meu avô.
Nesse mesmo dia liguei-lhe. Quando ele me disse que ia desta para melhor, eu respondi-lhe que "com certeza que ia, porque eu ia de férias e íamos passear!!". No dia em que lhe liguei ele falou-me das dores de estômago que tinha e eu lembrei-o de me lembrar de comprar ovos moles quando fossemos a Aveiro.
E fomos.
O meu avô é um máximo.
E passear com ele é uma óptima ideia, algo que não me tinha ocorrido antes de me lembrar que o tempo voa e ele está a voar com ele.
Por ele está tudo bem. Desde que almoce há uma da tarde em ponto e cheguemos a casa antes de anoitecer, podemos passear pelo mundo inteiro.
Além disso, é fotogénico. E ao contrário de todas as pessoas que viajam habitualmente comigo... posso perder algum tempo a tirar-lhe fotos!!
Passeio sem almoçarada não é passeio, por isso gostava de recomendar a "Tasca do Sal" pela atenção para com o meu avô e pela excelente gastronomia (calma, ninguém me pagou para isto)! Apesar de ser tasca, nós não experimentámos os petiscos, mas os pratos principais estavam óptimos: Bacalhau á casa com camarão, Espetadas de lulas com camarão e Robalo escalado grelhado. Se o avô disse que estava óptimo, é porque ele sabe: são oitenta e oito anos a provar comidinhas boas.
E porque Aveiro sem uma visitinha à Costa Nova e à praia da Barra não seria a mesma coisa, cá viemos nós! Estas casinhas coloridas não podiam escapar a umas fotos para vocês.
Este artigo ainda é sobre o TEMPO.
Fi-lo não só para recordar para sempre este dia fantástico com o meu avô (e mãe), como para vos lembrar que o tempo está a voar enquanto vocês estão preocupados com coisas talvez desnecessárias, pessoas que vos fazem gastar energias sem retorno e actividades que nem sempre se vão traduzir em felicidade .
O único tempo que merece a nossa principal atenção é aquele que é passado com as pessoas que amamos, a fazer aquilo que gostamos!
Não se esqueçam disso. Nem esqueçam dos vossos avós.
Porque o meu ficou muito melhor depois disto.
E os ovos moles? Por ele tinham vindo em dobro. Adeus dores de estômago.
E os ovos moles? Por ele tinham vindo em dobro. Adeus dores de estômago.
Um beijinho e bons Passeios,
Sejam felizes HOJE!
Pat
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