quinta-feira, setembro 6

Ilha do Farol | Ponha aqui o seu pezinho




(Estou a dever-vos isto há uma vida, eu sei. Mas a correria entre o Algarve e Lisboa, as vicissitudes da vida e o verão a fugir-nos a passos largos, não me tem deixado parar. E sabem que eu gosto de parar, de facto, quando é para fazer o que amo. Explicações dadas, aqui vai. ) 



Ilha do Farol. 
Quem não foi, que se sente aí para viajar comigo. 
Quem já foi, volte para lá, rápido e poupe o tempo desta leitura, pois nada do que possa escrever a seguir se assemelha a tudo o que se sente lá. 

Desde há dezassete anos atrás, altura em que vim viver para o Algarve, que a Ilha do Farol é a minha favorita das conhecidas ilhas barreira da Ria Formosa. Das habitáveis, claro. Isto porque há outros recantos por aí perdidos que são a maior paz do universo e, que, por agora, vou querer continuar a guardar só para mim e para aqueles que igualmente os conhecem. 


Ir à Ilha do Farol é como viajar para uma ilha paradisíaca em quarenta e cinco minutos e esquecer tudo o que ficou para trás. 
A paz das ruas floridas por onde apenas se caminha a pé ou se circula de bicicleta, faz-nos querer que ali é verão o ano inteiro. O cheiro a maresia trazido pela aragem quente do vento levante, não deixa ninguém sair de lá sem a alma limpa o suficiente para encarar tudo o que deixou para trás, lá no cais onde embarcou. 

Ouvem-se os pássaros, na areia circulam abelhas e cheira a peixe grelhado nos almoços das casas preenchidas. Cheira também à inveja saudável de todos aqueles que estão de visita e não têm uma varandinha para grelhar o seu peixe também, ali. Ouvem-se bocas a bradar aos céus o seu cantinho ali também.


O farol, são os finais de tarde infindáveis, com água quente e galhofa sem fim com os amigos de uma vida. É surfar umas ondas de calções. É colocar em cima de uma prancha uma criança que nunca curtiu uma onda e ver a sua felicidade quando consegue chegar à areia. 

São as visitas dos golfinhos, por vezes, no horizonte. E os pores de sol mais luminosos nos pontões que guardam segredos. 

O farol, são os mergulhos de última hora no pontão dos barcos. São os namoros a que se deram origem depois daquele empurrão inesperado para dentro de água. São os risos insurdecedores e inesqueciveis de cada verão. São as pessoas. As de lá, as que viajam para lá, as que passam temporadas lá. 



É a água translúcida. As conchas à beira mar a rebolar. 

São os cocktails do "Maramais". É o peixe grelhado do Restaurante "À do João"! As cores das paredes. A boa vibe!! 

É a pesca submarina. É ter os pés encardidos de tanto andar descalço. É não conhecer outra roupa senão o bikini ou calção de banho durante a permanência lá. São as amizades, é o calor, são as cores dos corpos bronzeados e ar dos cabelos salgados.  



E apesar de tudo, é o farol. Eu sou suspeita, porque eu adoro faróis. Mas este é especial. Ele dá um encanto especial à vista e à vida. Ele acaba por iluminar os dias também, mesmo que guarde a luz dentro dele. 

Quanto às noites, eu deixo em segredo. Cada uma tem o seu. 

Contem-me!! O que mais sentem quando vão ao Farol? 
E quem nunca foi, de que está à espera? 

Beijinhos e até breve!! 

Patrícia Luz 
6 de Setembro 2018


1 comentário:

  1. Um belo artigo de facto. Infelizmente nunca consegui ir à ilha do farol..
    Dentro do assunto, posso afirmar que hoje visitei uma “praia” fantástica ! Quando lá cheguei fiquei pasmado com a sua vista lindíssima. Já lá estive várias vezes anteriormente , mas hoje teve um encanto especial, como se houvera algo distinto dos outros dias todos. Não cheguei ao destino pretendido porque infelizmente a maré estava cheia, mas posso garantir que o que consegui ver e apreciar foi o suficiente para descrever o meu dia como uma experiência fantástica.
    Dado que sou insistente , interrompi a leitura de uma pessoa que lá se encontrava presente, sentada num banco com vista privilegiada para o mar se eventualmente seria possível chegar ao outro lado da praia. Delicadamente a pessoa que até foi bastante querida e simpática indicou-me que não , que duas pessoas, basicamente um casal, já tinham tentado momentos antes e sem sucesso.
    Tendo chegado a esta conclusão, sentei-me num banco que se encontrava a frente desta pessoa, e limitei-me a apreciar todos os momentos em que lá estive. Durou até ao pôr-do-sol e podia ter durado muito mais , mas assim que o sol se pôs começou a soprar um ventinho frio. Que as tardes sejam todas assim , e que a experiência de hoje se repita, é só o que eu peço... E que pelo menos da próxima dê para chegar até a praia do lado.. Eu estive na dúvida se tinha acesso de carro , mas talvez até não valesse a pena porque agora como é inverno está calmo.. Estava a precisar de umas indicações , ou talvez não , talvez tenha ficado desorientado por me debater com a vista magnífica que vinha daquele banco do lado esquerdo quando cheguei à praia. Nem o encanto das sereias sobressaíam à presença que havia na vista daquele lado .
    Impressionante como um dia deprimido se tornou numa excelente tarde de praia.
    Eu gostava que se repetisse , mas infelizmente não parte só de mim , é preciso o tempo e o mar colaborar , espero que a força da maré esteja do meu lado e me dê a oportunidade de ter uma tarde igual, ou talvez parecida, ou provavelmente ainda melhor que a de hoje ...

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