terça-feira, abril 30

A Patrícia Cozinha | Cogumelos Recheados


Ainda me lembro a primeira vez que fiz esta receita. 
Tinha acabado de ser aceite no estágio no local onde trabalho hoje em dia, alugado casa e mudado de cidade para viver pela primeira vez sozinha. 

Orgulhe-se a minha mãe, que achou que eu ia passar meses a comer latas com atum e que após lhe mandar a fotografia dos meus cogumelos, ficou bem mais descansada (risos). 

Lembro-me que na altura, gostei tanto desta receita que a repeti até vomitar cogumelos recheados pelos olhos. Mas depois de uma pausa, eles estão de volta. E diga-se, hoje souberam-me pela vida. 


Sem mais demoras, deixo-vos a receita da foto acima. 

Cogumelos

Ingredientes: 

- Cogumelo portobello ou semelhante (grande); 
- Dentes de Alho;
- Courgete; 
- Fiambre ou Bacon; 
- Sal q.b
- Queijo ralado
- Oregãos 

Modo de Preparo: Com uma colher de sobremesa, retirar cuidadosamente o interior do cogumelo. Colocar uma rodela de courgete no fundo, adicionar uma pitada de sal e um dente de alho picadinho. De seguida, efectuar camadas de fiambre (ou bacon) e courgete (eu optei por cortar em pedacinhos pequenos). Terminar com um pouco de queijo ralado e oregãos por cima. Colocar o cogumelo recheado num tabuleiro ou pirex, com um frio de azeite no fundo e levar ao forno pré aquecido a 180graus e esperar 10 minutos. Já está!! 

Salada 

Ingredientes: 

- Mix Alfaces (verde e roxa);
- Rúcula;
- Manga;
- Abacate;
- Mix sementes;
- Molho Vinagrete.

Modo de preparo: Colocar todos os ingredientes numa taça, misturar bem e já está! 

Limonada de Morango

Ingredientes: 

- Morangos (eu congelo morangos da época); 
- Limões
- Àgua (de preferencia, fresca)


Modo de preparo: Espremer dois a três limões. Colocar os morangos na liquidificadora, adicionar o sumo de limão espremido e um pouco de água. Triturar tudo e voilá!!   
(Eu não adiciono açucares porque eu adoro limão. Mas se acharem que está muito ácido podem fazê-lo ou então adicionar mais água.)

P.s. Quem gostar de hortelã, também pode adicionar umas folhinhas. Fica óptimo!

Espero que gostem!! 
Identifiquem-me nas vossas experiências com o hastag #apatcozinha. 
Quero ver as vossas recriações! 



domingo, abril 28

Acordei às 4 da manhã para fazer uma sessão fotográfica


Há quem lhe chame loucura, eu chamo amor. 
Nunca é tarde ou cedo para fazermos uma coisa que adoramos fazer. E foi assim que, desafiada pelo David, acordei às quatro da manhã para ir fotografar ao nascer do sol. 

Há quem lhe chame mania esta coisa de pousar para as fotos, futilidade ou até quem fale do síndrome do querer aparecer. Não sabem nada. Não quero tão pouco saber.  

Eu falo em amor. Porque adoro fotografia, adoro fotografar e ser fotografada é mesmo um escape que me deixa a cem anos luz do resto do mundo. Divirto-me imenso a fazê-lo. Não, não é um frete para ter mais uma foto para o instagram. É uma terapia. E quem me conhece, sabe. 
Não importa se fica bem ou mal, o que importa é o tempo. O tempo que passa feliz. 

Às cinco da manhã estavamos a tomar o pequeno almoço numa bomba de gasolina - onde havia pessoas que ainda não tinham acentado o seu belo corpinho na cama -, a falar sobre fotografia e à espera que se levantasse a noite cerrada. Assim que a aurora começou a aparecer, viemos a mil para este lugar e esta foi uma amostra do resultado final. 

Estava frio. Mas ninguém notou após o primeiro clique. Uma pessoa esquece-se disso. 
Não se ouvia ninguém. A não ser os pássaros a esvoaçar, as ondas do mar a quebrar e os patos, pachorrentos, no seu acordar matinal. Em pouco menos de uma hora, várias cores invadiram o céu. E os meus olhos. Os nossos. 

O mar espelhava uma imensidão de azul. Mas do lado oposto, um arco iris de cores presenteou-nos com a certeza que, acordar a esta hora não é de loucos. 
De loucos é perdê-la, enquanto se dorme. 

Obrigada David. Isto foi TOP!

















quinta-feira, abril 25

A Patrícia cozinha | Panquecas









PANQUECAAAS!! 

Eu tinha que vos trazer este post! 
A minha mais recente compra, foi a minha "panquequeira" ehehe!! Nada mais, nada menos, do que uma daquelas bases anti aderentes para fazer crepes e panquecas. 
Há imenso tempo que eu passava por este aparelho de cozinha nas lojas e ele ficava a olhar para mim como quem diz "leva-me contigo!". E apesar de eu ter conseguido resistir durante algum tempo.... tive que a trazer para casa! E confesso, há muito tempo que não fazia uma compra que me fizésse tão feliz!! 
Finalmente consigo fazer panquecas perfeitas e redondinhas! 

E é assim que hoje vos trago 2 receitas. 


Paquecas de Banana 

Ingredientes
1 banana 
2 ovos inteiros
4/5 colheres de flocos de aveia 

Modo de fazer: Colocar todos os ingredientes na liquidificadora e triturar até fazer uma massa cremosa (se ficar muito espesso, podem juntar um pouco de água ou leite de modo a ficar mais liquido e render mais panquecas). Depois, basta untar a base anti-aderente com um pouquinho de azeite ou óleo de côco e verter a massa em pequenas porções. Virar, para cozinhar de ambos os lados. E já está!!! É só decorarem com o que mais gostam. Eu decorei com morangos e manteiga de amendoim. 

e

Panquecas de Batata Doce 

Ingredientes
1 batata doce inteira
2 ovos 
3 colheres de flocos de aveia
Leite q.b

Modo de fazer: Cozer a batata doce (podem aproveitar fazê-lo quando cozinharem outros legumes. O ideal é deixarem-na arrefecer antes de a colocar na massa das panquecas). Colocar todos os ingredientes na liquidificadora excepto o leite, triturar bem. Adicionar posteriormente o leite de modo a conseguir uma textura cremosa. Depois o processo é igual. Untar a base anti-aderente com um pouquinho de azeite ou óleo de Côco e verter a massa em pequenas porções. Virar, para cozinhar de ambos os lados. E já está!! Neste caso decorei com requeijão, doce de abóbora e frutos secos. 

Delíciaaa! 


Quem vai experimentar? 




Patrícia Luz 
25 de Abril 2019

terça-feira, abril 23

Se não estás feliz, MUDA!

  


Fotografia: Sofia Ramos (instagram @sophiebranches)


Nós tentamos sempre esconder os dias menos bons, os dias em que não apetece sorrir, os dias em que a nossa vida vai mal. Ensinou-nos o tempo que o devemos fazer só para garantir que nada piora.

Escondemo-nos de quem nos quer bem, para que não nos vejam mal. Garantimos estar tudo bem, para evitar juízos de valor – muitos deles com consequências gravozas. Fugimos dos problemas na tentativa que eles fujam de nós.  E por vezes, engolimo-nos numa bolha de energias negativas que em tudo contribuem para que nada melhore.

Eu quero falar-vos disto, para vos dizer que nem sempre esse é o melhor caminho, mas para vos garantir também que nem sempre é o pior. E que, independentemente do que se passe agora, vai ficar tudo bem.

O meu nome é Patrícia e estudei Gestão. Até hoje eu não sei o que mais amo fazer, de entre uma série de coisas que me preenchem a alma nesta vida e que eu sei que sei fazer bem. É..! Há pessoas que fazem várias coisas e bem feitas. E sim, nem toda a gente nasceu com um carimbo que as destina a ser médicas, advogadas, artistas ou engenheiras. Porque elas podem ser o que elas quiserem.

E eu licenciei-me em Gestão exatamente por esse motivo: para ser o que eu quiser.

Comecei a trabalhar antes de acabar os estudos. Trabalhei em sitios que nunca imaginei. Trabalhei em mais do que um sitio em simultâneo. Mas nunca tinha feito algo que não me preenchesse a alma.

E é sobre isso que vos quero falar hoje. Não por mim, mas por vocês.

Ponderei fazê-lo durante vários meses. Hoje tenho a certeza que o posso fazer .Mais não seja para vos garantir que fica mesmo tudo bem. 

Quando somos lançados no mundo do trabalho não somos ninguém, a não ser alguém ambicioso o suficiente para nos querermos tornar na Ana que é boa profissional , no José que é um bom veterinário ou na Maria que é reconhecida como uma excelente advogada. Sem esquecer a Inês que é uma artista plástica sem igual, na Sofia que é a atriz da berra ou a Joana que ganhou prémios com a melhor fotografia do ano. 

É exatamente assim que começamos. Degrau a degrau, a subir a escada sem corrimão da vida profissional. Escorregando aqui, voando ali, saltando uns degraus a mais, caindo uns quantos para aprender a subi-los melhor, sempre com o objetivo de alcançar os nossos sonhos. Não estranhem se passarem de bestial a besta, num ápice. Mas tenham a força de nunca desistir de serem vocês mesmos.

 Não sei se fui feita para ser uma sonhadora de vários sonhos, ou se sou apenas uma pessoa sem norte. Creio ser a primeira. Mas como já me rotularam de várias formas, deixo aqui aberta a via das dúvidas.

Licenciei-me em gestão porque queria ser o que eu quisesse. O que eu ainda não tinha percebido, é que isto também dava para ser coisas que não me preenchem a alma. E foi assim que, há cerca de um ano e meio atrás, aceitei um desafio profissional que tudo tinha a ver com o que estudei, que eu quis experimentar e de que, verdade seja dita, até gostava em parte, mas que .... não me fazia feliz.

Um tiro no pé. 
Uma jovem em ascensão profissional num local onde adora trabalhar, com colegas profissionais, um ambiente positivo, que aceita um desafio que até lhe está a correr bem, especialmente aos olhos dos outros ..... mas que não a faz feliz.  

E agora? – perguntei-me eu e perguntam vocês.

E agora só tens duas opções: ou continuas infeliz ou te enches de coragem e bates com o punho na mesa e mudas o rumo.

Parece fácil! 

Parece fácil para quem não trabalha numa empresa onde adora trabalhar, com pessoas com quem gosta de trabalhar, com um ambiente de trabalho positivo e com uma profissão que tinha tudo para dar certo, mas que .... lamentavelmente não nos faz feliz! Repito. Repito para que percebam o peso de não se ser feliz. 

Logo eu, que desde que me lembro nunca me faltou vontade de ir trabalhar. 
Acontecia que ao Domingo depois de almoço, já estava em stress por a seguir ser segunda-feira. Saia do trabalho com um misto de emoções contantemente; orgulhosa do que realizei, mas de lágrimas nos olhos por não o fazer de alma e coração. Eu, que gosto de conhecer pessoas novas, ser criativa, .... estava fechada num escritório nove horas, com dois monitores replectos de números à minha frente, sem tão pouco saber se era dia ou noite lá fora. 

Não era eu. E era exatamente por isso que não era feliz.

O que eu vos quero dizer, é que em cada caminho que escolhemos, há 50% de hipóteses de não dar certo.  E não há problema nenhum nisso. 
Somos completamente livres de errar no caminho, com a única condição de nunca desistirmos daquilo em que acreditamos, sem antes tentarmos com unhas e dentes. Se der errado, uma coisa é certa: sabes que aquele caminho não voltas a percorrer. 
O que, convinhamos, é uma vitória; Mais do que saber o que queremos, é tão bom saber o que não queremos. 

Mentaliza-te apenas que, se fores sem certezas, terás de ir vestido(a) com um colete de coragem.

Coragem para, se no fim tudo der errado, te ergueres e construires um novo começo. 
Verás como os dias maus serviram para valorizares o melhor que a vida te vai dar a seguir.

Pois, como o meu pai me disse uma vez, “Se estiveres em cima de uma pedra e vires que vais cair, não te preocupes com a queda, senão cairás mesmo. Preocupa-te em encontrar uma nova pedra, para saltar e continuar o caminho”.

Eu consegui. 
Tu também consegues. 

Se não estás feliz, MUDA!

Patrícia Luz
23 de Abril 2019

terça-feira, abril 9

LUZZO | A melhor pizza que comi nos últimos tempos!







Penso muitas vezes que se me mudasse algum dia para Itália iria, com toda a certeza, transformar-me numa bola. A sério. Eu adoro comida italiana! Não fosse o meu prato favorito Risotto! 

O melhor é mesmo nunca pensar nisso (risos). 

Num surpreendente convite, fui até Tavira, não só festejar o primeiro ano de existência, como também, conhecer a Pizzaria Luzzo. E WOOW! Comi a melhor pizza dos últimos tempos e é exatamente por isso que não pude deixar de trazer esta experiência para vocês com a sinceridade de quem gostou realmente deste lugar.

Apesar de viver no Algarve há dezassete anos, as vezes a que fui a Tavira foram embaladas por um carrinho de compras cheio de malas de campismo, enlatados - e por vezes até alguns dos meus amigos mais loucos lá dentro (risos) -, para sobreviver aos dias de libertação pós exames nacionais do liceu, para onde eu e todo o meu grupo de amigos fugia: era o início de férias de verão na ilha de Tavira e era também um momento religiosamente cumprido.

Tirando isso, raras foram as vezes a que fui a Tavira. E na sexta-feira, percebi bem o que tenho andado a perder. 





























A Luzzo recebeu-nos com um largo sorriso na cara da Carlota que, durante todo o jantar teve o cuidado de nos mimar e ensinar como funcionava todo o serviço. 

Esta não é uma pizzaria tradicional. É uma pizzaria moderna, pensada em pessoas cool que gostam de disfrutar de um ambiente cosmopolita, mas muito acolhedor. 

Basicamente, têm à vossa disposição um tablet onde podem efectuar ao momento o vosso pedido. Automaticamente, o mesmo é recebido na cozinha e começa a ser preparado. Tudo isto torna o serviço rápido e eficaz.  

O conceito base da Luzzo prende-se exclusivamente com pizzas de elevada qualidade, com ingredientes frescos e muito saborosos, acompanhadas de diversos cocktails e, ainda, deliciosas sobremesas. 

Caso estejam de dieta, não faz mal. Existe também uma secção de saladas. Mas honestamente, esqueçam isso por um dia! Porque a sério, estas pizzas valem a pena todos os abdominaizinhos extra durante a semana. 




Aconselho-vos a começar por uns peixinhos da horta com maionese de caril e lima. Oh my gosh! Acho que no dia a seguir ainda estava a pensar na entrada. A sangria estava muito boa mesmo, mas acredito que os cocktails também sejam deliciosos. 
Não fixei o nome da pizza que escolhi, mas era de espargos verdes e cogumelos e estava óooptima!  

E porque jantar de sexta-feira não dispensa sobremesa, provei o cheesecake de frutos vermelhos e uma outra sobremesa de cholocate com sal e gelado.... se me pedirem para escolher, não ser qual a melhor.

Mal posso esperar por voltar!!!


Patrícia Luz 8 de Abril 2019 
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domingo, abril 7

Uma vida de luxo


 




Há dias, não há muito tempo, fui assistir a uma conferência onde pessoas inspiradoras e muito talentosas falaram de vários temas, de entre os quais, um deles era "o luxo".


Durante os últimos dias tenho estado realmente a pensar o que raio é isto do luxo e quais as várias acepções que podemos ter para este tema e cheguei a uma conclusão.

Luxo é uma métrica que pode ser o que tu quiseres que seja. 

Há algum tempo atrás, quando pensava nesta palavrinha de quatro letras, vinha-me instantaneamente à cabeça muito dinheiro. Muito dinheiro gasto em coisas muito caras. Coisas muito caras que custam muito dinheiro. Hotéis, jóias, carros, casas, roupas, acessórios, ... enfim, uma panóplia de coisas que só no nosso imaginário poderão um dia vir a ser nossas, no caso de pertencermos aquela percentagem de pessoas no mundo que, têm uma vida singela e, até então, ainda não tiveram a sorte de acertar nos números mágicos daquela simples, mas complexa, cautela do euromilhões.

Hoje não. 

Aprendi que luxo pode ser apenas o que me faz feliz. O que me surpreende. Aquilo que me deixa com o coração calmo, os pés assentes firmemente na terra, o que faz a minha cabeça viajar sem sair do sitio. 

Luxo não é nada do que imaginei há uns tempos atrás.

Porque luxo, para mim, é caminhar descalça por aí. Sentir o alcatrão quente nos pés, ou a areia nos dias de verão. Vir salgada da praia e tomar um banho de mangueira, com aquela água que o sol aqueceu. Comer um sargo assado no mesmo braseiro que assou pimentos verdes e, acompanhar tudo isso, com tomate rosa da horta mais próxima. 

Luxo é acordar todos os dias com saúde: respirar fundo para garantir que estamos vivos, todas as manhãs. 

É ver o nascer do sol, quando todo o mundo ainda dorme. Poder, por isso, receber a calma da cidade que nesse momento desperta, encantada pelo palrear dos pássaros. Luxo é poder ver. É ter olhos para poder contemplar o céu colorido num final de tarde abrasador. É ter pele, para poder sentir a brisa fresca das noites de primavera ou aquela lufada de ar quente nos finais de tarde de verão. Luxo é sair do trabalho e poder correr num contra-tempo até à praia mais próxima, para ouvir o barulho do mar. Poder vê-lo a espelhar o céu, ou a lutar contra as falésias em dias de tempestade. É despir as roupas todas que não nos fazem falta e mergulhar nele. Observar os peixes na sua vida delicada. E voltar a terra com uma serenidade absoluta. 

Luxo é entrar numa taberna sem luxo nenhum, e além do sorriso do lado de lá do balcão, ter os sabores de uma vida numa só mesa. É ser tratado pelo nome próprio, no dia do regresso ao mesmo local. 

É ter pernas para correr. Correr atrás dos sonhos.   

É muito mais do que isso. 
É viver numa família unida e feliz. É ter um pai, uma mãe e um avô para abraçar quando o mundo à nossa volta desaba.
Hoje em dia, é ter um amigo. Aquele que em momento algum nos irá falhar; aquele, 
com quem temos a certeza que podemos fechar os olhos e cair em queda livre, que ele estará lá, como uma rede trapézio para nos amparar. 

Luxo é poder sentir o cheiro da natureza. A terra molhada. A chuva a cair. 
Ouvir a chuva bater nas vidraças, enquanto, do lado de cá, podemos sentir o quentinho de um abrigo, que tanta gente não tem. Debaixo dos cobertores de uma cama, que para tantos não existe. 
Abraçar com as mãos frias, uma caneca de chá quente. 

Luxo é ter uma estante de livros a olhar para nós.
Termos tido a sorte de ter aprendido a ler e usufruirmos da benção de poder absorver o que alguém um dia escreveu. 
É existir a música perfeita para cada ocasião. É ela ter o poder de nos curar.  

É ter paz de espírito, num mundo excessivamente veloz, cada vez mais deprimido e solitário.
Garantir um coração sereno, uma vida saudável, uma mente sã, uma alma limpa. 

Tantas vezes achei que luxo era coisa de pessoas ricas.

Hoje entendo, que rica sou eu, pois nunca precisarei de jóias, carros, hotéis, ou o que seja, para me sentir grata por tudo o que de melhor me rodeia.

Esperamos tanto por coisas que talvez nem cheguem e esquecemo-nos de parar, olhar ao redor, abrir os braços e apertar junto ao coração tudo aquilo que o universo nos ofereceu, de mão beijada. 

Luxo? Luxo é ser grato. 
Luxo é ser feliz com as coisas grátis da vida.  

Patrícia Luz
7 de Abril 2019